Levantamento feito diariamente pela Gazeta de Limeira, no acompanhamento de ocorrências policiais, mostra que a Rodovia Anhanguera (SP-330), foi a via que mais registrou mortes no trânsito em 2024. Das 58 mortes contabilizadas,13 foram na via. Destas, oito foram atropelamentos de pedestres, que insistem em atravessar as faixas, mesmo durante a noite. Foi o que aconteceu com as amigas Luzia das Dores Teixeira (62) e Francisca Rosangela de Souza (52), no dia 29 de setembro. Elas tentavam atravessar a pista sentido capital da rodovia, no quilômetro 143, quando foram atingidas por, pelo menos, três veículos, entre eles, um ônibus. Luzia morreu no local. Já Francisca chegou a ser levada para a Santa Casa, mas também faleceu.

Outras rodovias também registraram acidentes que terminaram em mortes; foram elas: Limeira - Piracicaba (2), Rodovia dos Bandeirantes (7), Limeira - Artur Nogueira (2), Limeira - Iracemápolis (4), Limeira - Cosmópolis (2) e Limeira - Mogi Mirim (1). As rodovias Iracemápolis - Santa Bárbara d’Oeste e Dr. Cássio de Freitas Levy, que liga Limeira a Cordeirópolis (ambas no trecho de Limeira), não registraram mortes em 2024.

Ainda de acordo com os dados compilados, as três partes do Anel Viário de Limeira, foram palco de 4 mortes. Três delas na Via Antônio Cruanes Filho (trecho entre a rotatória da Hípica até a Taba do Brasil) e uma na Via Luis Varga (via que liga Taba do Brasil ao viaduto tubular da Avenida Major José Levy Sobrinho). Outras 20 vias da área urbana também registraram acidentes fatais. Apenas a Avenida Cônego Manoel Alves registrou duas mortes no ano. Ainda houve um registro de morte no trânsito em que não há informações de local e circunstâncias.

Fora os oito atropelamentos registrados na Rodovia Anhanguera, outros seis casos foram registrados no ano, totalizando 14 casos ao todo. Contudo, o que mais mata ainda no trânsito de Limeira são os acidentes envolvendo motocicletas; 33 no decorrer do ano. Em seguida vêm os automóveis, com nove casos. Em um caso a vítima estava dentro de um ônibus. Segundo os registros da reportagem, o último acidente envolvendo automóveis, ocorreu no começo do segundo semestre (06 de julho). De lá para o final do ano, as vítimas estavam em motos ou foram atropeladas.

Os homens ainda são a maioria absoluta das vítimas. Das 57 mortes registradas, 44 eram homens. “Apenas” 14 mulheres morreram neste ano. A maior incidência de mortes ocorreu em adultos jovens na faixa etária de 21 a 30 anos; 12 mortes. Na sequência, vêm os idosos entre  61 e 70 anos, com 10 registros. Oito pessoas com idade entre os 41 e 50 anos também sucumbiram após acidentes. As faixas etárias que menos registraram vítimas foram de 31 - 40 anos, 51 - 60 anos e 71 - 80 anos, com seis mortes em cada. A pessoa mais velha a morrer em acidente de trânsito em Limeira tinha 90 anos. Quatro pessoas não tiveram suas identidades ou idades confirmadas pela polícia.

Junho foi o mês com o maior registro de óbitos; 10 ao todo, nos 30 dias. Abril também se destacou, com sete mortes. Outubro e novembro tiveram 6 mortes em cada, seguido de setembro, maio e fevereiro, com cinco mortes. Janeiro e março tiveram quatro mortes cada. Dezembro teve 3 registros. Julho teve duas e agosto apenas uma morte no trânsito. A quinta-feira foi o dia em que mais ocorreram acidentes fatais de trânsito. Quinze pessoas morreram nestes dias das semanas. O sábado vem logo atrás, com 11 mortes. Em seguida, têm a sexta-feira (10), quarta-feira (8), domingo e terça-feira (7) segue em seguida. Nenhum acidente fatal ocorreu em uma segunda-feira neste ano.

REPERCUSSÃO
O caso de maior repercussão entre os acidentes fatais de 2024 foi o acidente que matou o músico Paul Lennon Wesley Fricks, 34, no dia 09 de março. A colisão ocorreu no cruzamento semaforizado nas ruas Sete de Setembro e 13 de Maio, no Centro. Imagens de câmeras de segurança mostraram que o empresário, condutor de um carro de luxo, estava em uma velocidade incompatível com a via. Ele alegou ter a preferência no cruzamento, que estava com o semáforo inoperante, por causa do horário. No entanto, testemunhas alegaram que o empresário estava em um bar, mas não conseguiram confirmar se ele estava sob efeito de álcool. Após as investigações policiais, o empresário foi indiciado por homicídio culposo (sem intenção).

RECORDE
Com estes dados compilados, a cidade bate, novamente, o recorde negativo de acidentes fatais. Segundo arquivos da Gazeta de Limeira, desde 2013, quando foram registradas 60 mortes, a cidade não tinha um número tão alto. Em 2023, este recorde já tinha sido alcançado. Com o aumento de 13% (de 51 para 58), a nova marca se estabeleceu.