Menina agredida é levada para abrigo após prisão dos pais
Medida cumpre liminar judicial assinada pelo juiz Rafael Linardi; local para onde a bebê foi levada não foi divulgada
A bebê de 2 meses, que foi levada à Santa Casa com ferimentos graves na última sexta-feira, saiu do hospital na tarde desta quinta-feira. Ela foi levada para um lar assistencial da cidade depois que o juiz Rafael Linardi deferiu uma liminar pedida pelo Ministério Público (MP). O acolhimento tem o prazo de 60 dias. Na tarde da quarta-feira, os pais da menina foram presos, suspeitos de agredi-la. Eles devem ficar presos de forma temporária, até que se encerrem as investigações do caso.
No pedido de prisão, a promotora Débora Bertolini alegou que tinha “elementos indicativos de crime doloso contra a vida”, após analisar o relatório enviado por três conselheiros tutelares, que entrevistaram os pais no dia da internação. O órgão de proteção à criança e ao adolescente foi acionado ao hospital após a equipe médica perceber que a menina tinha dado entrada na unidade com fratura de punho, fêmur e traumatismo craniano, além de outras lesões pelo corpo.
No documento que determinou o acolhimento da bebê, o juiz ainda afirma que a bebê terá direito a visita semanal supervisionada pelos monitores, sem direito à saída do lar. O Centro de Referência Especializado de Assistência Social (CREAS) e o Conselho Tutelar devem identificar e providenciar contato com familiares em condições de assumir a guarda da menor e apresentar relatório acerca dos acompanhamentos realizados ao núcleo familiar.
AVÓ MATERNA
Outro documento juntado aos autos do processo, é um relatório do atendimento dos avós maternos da criança, ocorrido na última segunda-feira, na sede do Conselho Tutelar. Nele, a avó disse ter sido acionada pela filha para levar a neta ao hospital na sexta-feira e que atendeu o pedido. Ela esperou na recepção e foi informada, em prantos pela filha, que a bebê estava com a perna inchada, pois tinha caído no chão. Os avós maternos alegam que são contra o relacionamento da filha com o companheiro e citaram alguns traços da personalidade dele aos conselheiros, entre eles, "mentiroso e manipulador".
Ela também disse que a família paterna da neta “não tem estrutura”. Em 2020, a filha, então com 18 anos, registrou um boletim de ocorrência contra o homem, na época em que ainda eram namorados. No relato que fez aos conselheiros, a mulher disse que não se conforma com a morte da primeira neta, ocorrida em fevereiro do ano passado e que não acredita na história contada pelo genro. A mulher finaliza ainda alegando ter interesse na guarda da bebê.
No despacho, os conselheiros tutelares sugeriram o afastamento dos pais da bebê pelas contradições entre os depoimentos dos pais (dados na sexta-feira) e dos avós maternos. Horas antes de ser preso, uma equipe da PM foi ao hospital e determinou que o pai fosse embora da unidade, por conta da ordem judicial.
Comentários
Compartilhe esta notícia
Faça login para participar dos comentários
Fazer Login