A promotora Débora Bertolini Ferreira Simonetti oficiou a Polícia Civil de Limeira requerendo informações sobre os procedimentos adotados pela corporação logo após o acidente que matou o músico Paul Lennon Wesley Frick, de 34 anos, na madrugada do dia 9, no cruzamento das Ruas 13 de maio e Sete de setembro, no Centro. O questionamento é para esclarecer os motivos pelos quais o outro condutor envolvido no acidente não ter sido apresentado à autoridade policial. Segundo relato de policiais militares que atenderam o caso, o autônomo de 39 anos, que conduzia uma Land Rover Discovery, exalava odor etílico, se negou a fazer o teste do bafômetro e estaria, segundo testemunhas, em alta velocidade, no momento da colisão.
No registro do boletim de ocorrência da Polícia Militar consta a informação que “o delegado (Dimas Custódio) não julgou necessário a condução de (nome do condutor) ou (nome de uma testemunha) ao distrito policial para esclarecimentos”. Já no registro da Polícia Civil, lavrado no plantão policial, Custódio alega que “os policiais militares não apresentaram a parte (nome do condutor) a esta Delegacia”. Questionada, a Polícia Militar disse “que o delegado tinha sido informado de toda a situação e que deliberou que não cabia prisão em flagrante, não havendo mais o que fazer por parte da PM”. Custódio apenas afirmou que não era responsável pela apuração do caso e que, por isso, não se manifestaria.
INQUÉRITO

O caso está sendo investigado pelo 1º Distrito Policial (DP), responsável pela área onde ocorreu o acidente. A unidade é chefiada pelo delegado Francisco Lima. Duas testemunhas, arroladas no registro da PM, já foram ouvidas e confirmaram que, momentos antes da colisão fatal, foram ultrapassadas pelo veículo de luxo, que estava em alta velocidade. Ambos confirmaram que viram o autônomo em uma casa de shows e que na mesa onde o condutor estava havia um balde com gelo e cerveja. Os policiais militares deveriam ter sido ouvidos na terça-feira desta semana, mas a oitiva dos servidores precisou ser adiada em uma semana. Lima disse que o condutor deve ser o último a ser ouvido.
O delegado ainda confirmou que o Instituto de Criminalística (IC) deve fazer uma perícia no local do acidente, para tentar determinar a velocidade aproximada do veículo de luxo no momento do acidente. Imagens de câmeras de segurança mostraram que o veículo estaria em alta velocidade instantes antes da colisão com o carro do músico.