Polícia finaliza inquérito sobre morte de jovem em rodovia
A Polícia Civil de Iracemápolis, comandada pelo delegado Rodrigo Rodrigues, entregou ao Ministério Público de Limeira, o relatório final sobre as investigações dos fatores que levaram ao capotamento do carro ocupado pela jovem Gabrielly Cristina Alves, de 21 anos, no dia 5 de junho, na rodovia que liga Limeira a Iracemápolis. A moça foi ejetada do carro e morreu ao bater a cabeça na queda. O condutor do carro, R.S.L., 23 anos, foi preso por homicídio com dolo eventual, por determinação da Justiça, a pedido da Polícia Civil.
Depois de capotar o veículo e sair se arrastando, R. furtou um carro de usuários da rodovia que pararam para ajudar e fugiu, sem prestar socorro à vítima e esclarecimentos às autoridades. Em seu relato, no dia da prisão, R. justificou o furto pelo fato de ter sido ameaçado pelos ocupantes do automóvel. O carro furtado, um VW Santana, foi localizado horas depois, em uma rua do Jardim Colina Verde, em Limeira. Foi neste bairro que, 16 dias depois, R. foi preso pela Polícia Militar, escondido dentro da própria residência.
Em seu depoimento, R., que não é habilitado, disse que após a discussão com Gabrielly na festa onde estavam, a jovem insistiu para voltar à Limeira no carro dele. Na rodovia, após uma ultrapassagem, a jovem teria puxado o braço dele, o que fez com que o veículo se descontrolasse. R. e os rapazes que pararam para ajudar relataram que o carro capotou por 8 a 10 vezes, em uma distância de cerca de 55 metros, de acordo com a perícia criminal. Para o delegado, a quantidade de marcas de atrito da lataria do carro com o asfalto e a distância percorrida, confirmam a tese de alta velocidade, alegada pelas testemunhas que presenciaram o acidente.
R. nega que tenha consumido bebida alcoólica na festa e alegou que a garrafa de whisky localizada no carro dele, estava lá há alguns dias. No entanto, admitiu que fumou um cigarro de maconha, o que caracterizaria o crime de embriaguez ao volante. O texto do artigo 306 do Código de Trânsito Brasileiro (CTB) ressalta que comete infração quem “conduzir veículo automotor com capacidade psicomotora alterada em razão da influência de álcool ou de outra substância psicoativa que determine dependência”. O delegado responsável pelo caso disse que, por estes fatores (alta velocidade, embriaguez e a falta da CNH) R. assumiu o risco de sofrer o acidente e, por isso, o dolo eventual.
Segundo a Polícia Civil, Gabrielly havia ido à festa com dois casais de amigos, que voltaram para Limeira, minutos depois de Gabrielly deixar a festa com R.. As amigas alegaram não terem visto o acidente na volta, mas seus pares confirmaram que passaram pelo acidente, mas que não reconheceram o carro de R. Para as autoridades, o acidente ocorreu assim que Gabrielly e R. deixaram a festa e que o lapso temporal que foi percebido entre a saída da festa e a comunicação do acidente pode ser pelo fato de a Polícia Militar Rodoviária registrar como hora do acidente, o momento em que a viatura chega no local.
Para a Polícia Civil o caso está encerrado, com a apresentação do relatório que deve ser apreciado pelo Ministério Público. Caso seja necessário, o MP pode pedir novas investigações. A defesa de R. entrou com um pedido de Habeas Corpus, que deve ser apreciado pelo Poder Judiciário de Limeira.
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