Depósito de bebidas é alvo de reclamações no Conseg
Um grupo de moradores do Jardim Nova Itália se manifestou contrário a presença de um estabelecimento comercial, que está servindo de atrativo para aglomeração de jovens no bairro. A indignação foi exposta durante a reunião do Conselho Comunitário de Segurança (Conseg), Centro Sul, que se reuniu na noite de anteontem em uma igreja do Jardim Lagoa Nova. A Gazeta, há cerca de 10 dias, trouxe a insatisfação de vizinhos do bar, que participaram da reunião na quarta-feira.
Para os moradores, há alguns meses, centenas de jovens se reúnem na frente do estabelecimento para promover algazarra, sujeira, tudo regado a drogas e álcool. “Aquilo virou um verdadeiro inferno”, relatou uma das moradoras, que preferiu o anonimato. O grupo procurou o vereador Júlio César Pereira dos Santos (União Brasil), que montou um dossiê sobre o que os moradores têm passado. Este documento foi entregue à mesa diretora do conselho que deve encaminhar para as autoridades do município.
As reclamações são sobre a impossibilidade de os moradores chegarem em suas residências, fechamento da rua Paschoal Marmo para tráfego de veículos e estacionamento no canteiro que divide a rua com a pista da rodovia Limeira - Piracicaba. Além do uso de álcool e drogas e sexo no meio da rua. “A gente acordou há alguns dias com uma menina pedindo socorro. Parecia que ela estava sendo estuprada”, relatou uma das denunciantes.
Um morador, que disse trabalhar como contador, alegou que o estabelecimento não teria autorização para funcionar com as características que trabalha atualmente. A Gazeta conseguiu confirmar que o estabelecimento tem alvará especial de funcionamento e, com isso, pode ficar aberto até às 2h.
Presente na reunião, o delegado Francisco de Paula Lima, titular do 1º Distrito Policial, responsável pela área, alegou que abrirá um inquérito policial para apurar a questão da perturbação de tranquilidade. No entanto, condicionou a investigação à apresentação do documento feito pelo vereador e o registro de boletim de ocorrência na delegacia. “A gente entende que vocês têm medo de represálias, mas as pessoas não precisam saber quem são os denunciantes. A Polícia Civil para trabalhar precisa da vítima”, alegou o delegado. A comandante interina da 1ª Companhia da Polícia Militar, tenente Tárcila, alegou que a Polícia Militar tem agido no local para garantir a segurança, mas que a competência para a fiscalização do funcionamento do estabelecimento cabe à Prefeitura de Limeira. Herlon de Paula, titular da posição, está em período de férias.
HUMANITÁRIA
Outro problema apresentado na reunião é o fato da presença do Hospital Humanitária a cerca de 300 metros do estabelecimento. “A gente não sabe, sinceramente, como eles [médicos] conseguem atender um paciente, fazer uma cirurgia na Humanitária. Chega a ser um desrespeito com as pessoas que estão internadas”, alegou a reclamante. O vereador, que é médico de profissão, prometeu fazer contato com a direção do hospital para que verificar a possibilidade de uma reclamação formal por parte da unidade. “Isso já vai dar mais peso ao inquérito, porque há leis que protegem região de hospitais", alegou o delegado.
Prefeitura proibirá estacionamento em via para evitar aglomeração
Fontes da Gazeta ligadas à Prefeitura de Limeira e à Secretaria de Segurança Pública afirmaram que já está em estudo na Secretaria de Mobilidade Urbana, a proibição de estacionamento dos dois lados da rua Paschoal Marmo, para tentar frear a presença de pessoas no local. Como é área comercial, após às 18h, não seria mais necessária a permissão.
A estratégia foi adotada em um outro estabelecimento próximo que apresentou problemas semelhantes há alguns meses, na região do Jardim Nossa Senhora de Fátima. A reportagem conversou com outros moradores que afirmaram que, após a ação no comércio no Jardim Nossa Senhora de Fátima, a aglomeração teria migrado para um posto de combustíveis, localizado na rotatória ‘do Enxuto’. O estabelecimento, então, fechou a loja de conveniência, o que dispersou os jovens. “Foi aí que o problema começou aqui [no tchay]. Segundo apurado, o dono do estabelecimento teria procurado as autoridades para conversar e alegou que também se sente incomodado com a situação e que estaria disposto a ajudar.
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