Com ações no Ernesto Kuhl, “Pancadão” migra para outros bairros
Com a ação mais contundente da Guarda Civil Municipal (GCM) de Limeira, o “Pancadão” do Residencial Ernesto Kuhl, migrou para outros bairros. Há cerca de um mês, a corporação municipal tem destacado escalas extras de agentes para agir no bairro, que sofre com o barulho causado pela reunião de grande quantidade de jovens. Na apuração feita na manhã de ontem, a reportagem da Gazeta de Limeira encontrou, pelo menos, mais dois locais que sofreram com a aglomeração de jovens, normalmente, em volta de locais onde se vendem bebidas alcoólicas. Na região do Belinha Ometto ainda houve relatos de jovens bagunçando com motos.
Um dos locais é um comércio de bebidas localizado na rua Ana Tumenas Tolle, no Jardim Santa Eulália, bairro vizinho ao Ernesto Kuhl. Conforme CNAE do CNPJ do estabelecimento, a atividade principal é o comércio varejista de bebidas. A empresa, que foi aberta em setembro do ano passado, também é autorizada a atuar como bar, “sem entretenimento”. A Gazeta conversou ontem com um morador que mora entre os dois bairros. “Quando não é o pancadão de um lado (do Ernesto Kuhl) é do outro (Santa Eulália). Está insuportável viver nessa região”, alegou o morador, que não será identificado. Uma foto enviada à redação mostra a sujeira deixada no local pelos frequentadores do comércio.
“A forma com que a aglomeração acontece é a mesma. Eles vão chegando devagar, tomando espaço, até que chega um motorista com o som ‘nas alturas'. Daí em diante acontece de tudo”, disse o morador. Ontem, ele alegou ter passado pelo local de manhã e encontrado camisinha usada, flaconetes de cocaína, ponta de cigarro de maconha e copos. “E se tem camisinha é porque alguma coisa aconteceu”, exclamou ele. “Se o morador quiser ter a frente da casa limpa, tem de varrer. Isso sem falar no cheiro de urina”, frisou.
NOVA ITÁLIA
Outro local reclamado também é um depósito de bebidas, na rua Paschoal Marmo, próximo à rotatória ‘do Enxuto’. Aberta há pouco menos de um ano e meio, a micro empresa tem autorização semelhante à do Jardim Santa Eulália. Há cerca de 15 dias, agentes da GCM apreenderam um veículo pela Lei do Pancadão no local. A região do bairro onde fica o depósito é predominantemente residencial e o estabelecimento, em linha reta, fica a 280 metros do Hospital Humanitária.
A Gazeta conversou com o parente de um morador do local. Ele também não será identificado. “Ninguém tem respeitado nada ali. De quinta em diante, ali virou terra de ninguém. É consumo de drogas, barulho e sexo. Tá uma ‘zona’ ali”, relatou ele. O estabelecimento fica na esquina da rua José Ponzo, que é uma via curta, de cerca de 100 metros. Outra coisa que preocupa o homem que falou com a reportagem é o trânsito desordenado de veículos na rua e a sujeira que fica para o dia seguinte. “É moto que sobe, é moto que desce, é lixo, gente transando na rua, resto de drogas, tudo na frente das casas”, reclamou.
Por ser uma via onde há diversos idosos morando, o estacionamento irregular de veículos também preocupa. “Aqui, vira e mexe, a ‘Help’ (empresa de socorro médico) ou o Samu tem que encostar para socorrer alguém. Já teve vezes deles encontrarem carros parados na frente das casas e terem de fechar a rua para conseguir levar as pessoas para o hospital”, alegou. O denunciante ainda disse que o morador já teve de mudar o quarto de lugar dentro da casa. “Ele (parente) teve de ir dormir na parte de trás da casa para tentar amenizar o barulho, porque no quarto dele mesmo, não dá para dormir”, frisou.
Os problemas registrados em ambos os locais citados na reportagem foram discutidos na última reunião do Conseg Centro Sul, que ocorreu há 10 dias, na escola estadual Antônio Perches Lordello. A PM e a GCM prometeram respostas rápidas às reclamações e alegam que montam operações conjuntas entre elas para tentar coibir este tipo de aglomeração.
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