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Mãe de empresário pede justiça pela morte do filho

A dona de casa Maria Regina dos Santos Silva, de 53 anos, conversou com a reportagem da Gazeta, nesta segunda-feira, dia que a morte do filho completou 31 dias. Na madrugada do dia 16 de dezembro, o empresário  Wagner Rogério da Silva, de 39 anos, morreu em decorrência do espancamento que sofreu ao sair de uma choperia, na região central de Limeira. Foi o primeiro depoimento da mulher após a morte do filho.
Bastante abalada, a mulher alegou que passa pelo pior momento da vida dela e que está em pé apenas para cuidar das quatro netas, filhas de Silva. Mãe e filho moravam juntos há dois anos, desde que Maria Regina perdeu os pais. "Voltamos para essa casa depois que eu perdi meus pais. Eu e Guigo cuidamos deles até a morte", alegou.
Wagner construía um imóvel no fundo do quintal da casa da mãe, mas passava boa parte do dia, na casa dela. "Ele falou que ia construir a casa na parte de cima para poder trazer as filhas para cá aos finais de semana. Fazia tudo do jeito que ele queria e estava ficando lindo", ressaltou a dona de casa.
Embaixo, a churrasqueira, que seria usada na confraternização do final do ano está pronta. "É. Está pronta, mas não deu tempo de ele usar", alegou ela. Ambos estavam discutindo ainda a construção de uma piscina no quintal da casa. "Era o sonho dele, mas eu não queria. Mas ele sempre me convencia daquilo que queria fazer. Tinha colocado até o chuveirão já para ele", apontou a mulher.

IMAGENS
Bem que o outro filho e os irmãos tentaram, mas Maria Regina conseguiu ver as imagens captadas por câmeras de segurança e que mostram a agressão ao empresário. Ela classificou o que viu como um "filme de terror". "Jamais iria imaginar que meu filho seria vítima da covardia com que bateram nele. Tivessem chamado a polícia e levado para a delegacia. Agora, chutar, pisar, cuspir, matar não dá para admitir. Quero que a polícia de Limeira faça justiça pelo que fizeram com o meu filho", enfatizou.
Naquele dia, segundo a Maria Regina, Guigo tinha saído para trabalhar logo cedinho. Acionado para um resgate, ele tomou um café puro às 5h30 e partiu. "Trabalhou o dia todo. Voltou para casa as 16h30 com fome e disse que ia sair para tomar uma cervejinha e ir à casa da namorada. Voltou morto", lamentou.
Talvez pressentindo o pior, a mãe disse que chegou a pedir para Wagner tomar a cerveja em casa. "Falei pra ele que tinha cerveja gelada na geladeira. Para ele ficar em casa. Mas, ele disse que era para eu ficar tranquila que ele logo ia para a casa da namorada comer camarão. Saiu todo cheiroso e ainda pediu minha bênção. Era a última vez que viria meu filho vivo", disse a mãe em prantos. Maria Regina disse que ainda carrega essa culpa de tê-lo deixado ir naquele dia. "Talvez se tivesse falado para ele não ir, isso não teria ocorrido. Eu me sinto culpada ainda de não fazer isso por ele", disse.
Ainda durante a entrevista, a mulher pediu para que as mães de pessoas que frequentam casas noturnas, tomem cuidado e zelem por seus filhos. "Naquele dia, eu não liguei para pedir para voltar. Fui dormir tranquila, pois sabia que ele estaria na casa da namorada. De repente, minha neta [filha do empresário] entra gritando que haviam matado o pai dela. Eu queria estar lá para morrer no lugar dele. Ia me jogar em cima do meu filho para não deixar ninguém matar ele da forma que mataram. Eu morreria por ele", afirmou.

CONFIANÇA
Mesmo sabendo que o principal acusado do crime é um policial militar, que estava de folga, Maria Regina, diz confiar no trabalho da corporação militar e da Polícia Civil, no trabalho de investigação. "Sei que a atitude de um não reflete o que é a corporação. Eles são valiosos e confio no trabalho deles. Eles vão continuar tendo o meu apoio. Da mesma forma que confio no trabalho do delegado que veio aqui na porta de casa conversar comigo dias depois do crime. Sei que eles farão o melhor para que a justiça seja feita", ressaltou.
Na posição de mãe, Maria Regina disse que se coloca no lugar da mãe e dos filhos do acusado do crime. "Você acha que a mãe dele está feliz com o que ele fez? Como que os filhos vão ficar agora, sabendo que o pai fez isso?

Carreata marca um mês da morte do empresário

No domingo, exato um mês depois do crime, cerca de 200 pessoas, entre familiares e amigos se reuniram em uma manifestação que começou na estrada do Espaço Rodeio, próximo ao Horto e terminou na frente do Fórum, na região central. Guinchos, motos e carros fizeram uma carreta, acompanhada de perto por agentes de trânsito e duas viaturas da Guarda civil Municipal. Não houve qualquer tipo de problema no comportamento dos manifestantes, que pararam na frente da choperia onde ocorreu o crime para fazer uma oração. "Não queremos confusão. Queremos apenas mostrar à cidade a nossa indignação com a morte do Guigo", disse um dos manifestantes.

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