Cachorro espera tutor em porta de hospital por 14 dias
Aconteceu de novo: depois de quase cinco anos da história do cão Marrom, que ficou na porta do Hospital Humanitária, a espera de Sandro, um morador em situação de rua que foi socorrido após um problema de saúde, Limeira voltou a registrar, no começo do ano, a mesma história, com outros personagens. Um cachorro macho, de cerca de 5 anos, batizado como "Caramelo", precisou ser resgatado da porta da Santa Casa pela Alpa após ficar esperando por duas semanas o dono, levado à unidade, no dia 27 de dezembro do ano passado, com problemas de saúde.
Só que, neste caso, o morador de rua já não estava mais no hospital. Havia recebido alta no mesmo dia que entrou na unidade e se desencontrou do amigo. A parte triste desta história é que ambos não poderão se reencontrar, pois o dono dele, Josemar Barbosa da Silva, de 40 anos, foi encontrado morto, na rua 25 de Março, na Boa Vista, na manhã do dia 6 de janeiro. A Gazeta publicou a história na primeira semana do ano. Segundo relatos de amigos, Silva passou mal na madrugada do dia 5 para o dia 6 e foi encontrado morto ao amanhecer. Não havia sinais de violência, o que indica, possivelmente uma morte natural.
De acordo com a assessoria de imprensa da Santa Casa, Silva passou pela unidade no dia 3 de novembro e no dia 27 de dezembro. Ainda de acordo com a unidade, em dezembro, ele teve alta melhorada no mesmo dia. Relatos de funcionários dão conta que o cão chegou junto com o dono e ficou na porta da emergência do hospital. A Santa Casa, por questões médicas, não divulga os problemas de saúde que levaram Silva a procurar ajuda.
A história chegou à Cassiana Fagotti, responsável pela Alpa (Associação Limeirense de Proteção a Animais), que foi ao hospital e resgatou Caramelo. Ela ficará em posse do animal, até encontrar algum tutor para ele. "Algumas pessoas já apareceram para tentar levá-lo, mas tenho de ter critério para entregá-lo. Só vou permitir que ele vá com alguém que eu saiba que vá cuidar como a gente cuida aqui", disse a protetora.
Cinco anos depois, Marrom ainda está em projeto que atende moradores de rua
Em fevereiro de 2017, quando Sandro saiu do hospital, o então funcionário do Ceprosom, Betinho Neves, disponibilizou uma vaga para o morador de rua na casa que ele mantem no Jardim Olga Veroni. Marrom, na oportunidade, foi levado junto para o abrigo Anjos da Noite. O cão passou por atendimento médico veterinário do profissional da Alpa, Sérgio Luís Fernandes.
Passados alguns dias, depois da repercussão na imprensa, a família de Sandro foi localizada e veio à Limeira revê-lo. Após alguns dias da visita da família, Sandro desistiu do tratamento e voltou para as ruas. No entanto, o cachorro, que se tornou o xodó da casa, permanece no local. "Ele é a alegria da casa. Todo mundo tem um carinho muito grande pelo cão. E, por incrível que pareça, ele [cachorro] cuida de todos os moradores", finalizou o, hoje, vereador Betinho Neves.
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