Foto de capa da notícia

Dez anos depois, morte de empresário segue sem solução

Odair Carlos Zambom foi morto em outubro de 2011, no Centro, e, por enquanto, ninguém foi preso

O assassinato do empresário Odair Carlos Zambom, à época com 49 anos, completou 10 anos nesta quinta-feira. Até agora, a Polícia Civil de Limeira não conseguiu encontrar os autores do crime, registrado na tarde daquela sexta-feira, na rua Senador Vergueiro, há alguns metros do escritório que o empresário mantinha no Centro. Zambom foi morto com dois dos três tiros disparados pelos assassinos. Os disparos acertaram a cabeça e o pescoço dele, que conduzia um carro. Após ser alvejado, o carro que ele conduzia ficou desgovernado e bateu em um outro veículo, que estava estacionado na rua. Após socorro do Samu, que ocorreu ainda no local, o empresário foi transferido para a Santa Casa, onde faleceu na manhã seguinte.
O investigador que trabalhava na Delegacia de Investigações Gerais (DIG), em 2011, Luiz Nascimento ouviu uma testemunha ocular do crime. Esta pessoa era uma das ocupantes de veículos que seguiam atrás do empresário, quando ele foi atacado.

A testemunha afirmou que a ação foi muito rápida e não teria visto anúncio de assalto, o que deixa claro que a intenção da dupla era matar o empresário. Na chegada dos policiais militares, dois celulares, a carteira e o laptop da vítima estavam no carro.

A pessoa ouvida disse que o garupa sacou uma arma e atirou contra o empresário à queima-roupa.
A Polícia Civil naquele ano era comandada pelo então delegado seccional, José Henrique Ventura. Ele disse que algumas imagens de câmeras de segurança de estabelecimentos próximos ao local do crime foram analisadas pela inteligência da Polícia Civil, mas não foi possível identificar o veículo. O seccional ainda disse que acreditava em execução. "Eles não queriam valores do Odair, queriam a vida", disse o delegado em 2011. A delegada da DIG era Nilce Segalla e compactuava com a opinião de Ventura. Segalla faleceu em abril de 2019.
Na época, havia duas linhas de investigações. A primeira é de o assassinato ter relação com um roubo à residência do empresário, ocorrido em agosto daquele ano. Ele e a família foram rendidos dentro de casa e mantidos reféns por algumas horas. Um dos suspeitos do crime, um adolescente, tentou investir contra policiais militares que cercavam a casa e morreu baleado.
A outra linha de investigação é do crime encomendado, ou seja, de alguém ter pago para que o empresário fosse morto. "Vamos ter que verificar todas as possibilidades e motivações para a morte do empresário", finalizou o delegado na época.
Em 2013, Ventura voltou a falar, quando o caso foi arquivado. O trâmite, de acordo com o delegado seccional, não significa o encerramento das apurações. "Da nossa parte, fizemos o que foi possível. Se a Justiça determinar ou algum fato novo surgir, as diligências serão retomadas". No entanto, jamais houve outras investigações sobre o caso.

ZAMBOM X MARQUINHOS
Menos de um ano depois, um outro assassinato ainda também não teve solução: o do ex-secretário de Turismo e Eventos, Marcos Camargo. Ele foi morto em agosto de 2012, na frente de um centro de umbanda, que ambos frequentavam, no Residencial Village. A Polícia Civil chegou a relacionar os dois crimes, em razão da semelhança das execuções: dois rapazes em uma moto, com tiros à queima-roupa e pela atuação política de ambos.
De acordo com o delegado seccional, foram esgotadas todas as hipóteses de apuração que surgiram até agora envolvendo as duas execuções. "Várias pessoas prestaram depoimento, elaboramos laudos, periciamos os locais dos crimes e checamos escutas telefônicas, mas nada foi suficiente para apontar os culpados dos assassinatos", relatou. Procurado pela reportagem da Gazeta, José Henrique Ventura, hoje diretor do Deinter-2, de Campinas, não quis se manifestar.

Comentários

Compartilhe esta notícia

Faça login para participar dos comentários

Fazer Login