
Região tem salto de atendimentos por hipertensão
O Dia Mundial da Hipertensão, celebrado em 17 de maio, reforça a importância da prevenção, do diagnóstico precoce e do tratamento da pressão alta. A doença é considerada um dos principais fatores de risco para problemas cardiovasculares e cerebrovasculares, como infarto e acidente vascular cerebral (AVC).
De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), cerca de 1,28 bilhão de adultos em todo o mundo convivem com hipertensão arterial. No Brasil, a estimativa do Ministério da Saúde aponta que 30% da população adulta apresenta o problema. A prevalência aumenta com a idade: a partir dos 60 anos, mais de 70% dos idosos são hipertensos.
Na maioria dos casos, a doença não apresenta sintomas. Por isso, é frequentemente chamada de "inimiga silenciosa". O diagnóstico é feito por meio da aferição da pressão arterial em diferentes momentos. Segundo o cardiologista George Fernandes Maia, do Seconci-SP, o envelhecimento reduz a elasticidade das artérias, dificultando o fluxo sanguíneo e favorecendo o aumento da pressão.
Na região de abrangência do Departamento Regional de Saúde (DRS) de Piracicaba, que inclui Limeira, os dados mais recentes da Secretaria de Estado da Saúde (SES) apontam crescimento expressivo nos atendimentos. Entre janeiro e fevereiro deste ano, foram registrados 1.656 atendimentos ambulatoriais relacionados à hipertensão. No mesmo período de 2023, foram 1.127. Em todo o ano de 2024, até o momento, já foram registrados 11.627 atendimentos, frente a 6.841 em igual período de 2023 — aumento de mais de 70%.
O número de internações hospitalares também subiu. Foram 246 internações por hipertensão em 2024, contra 159 no mesmo período do ano passado. Considerando apenas os dois primeiros meses do ano, o número passou de 20 (em 2023) para 42 (em 2024), um aumento de 110%.
Segundo o médico de família Raul Queiroz, o controle da pressão deve fazer parte dos cuidados regulares de saúde da população. “Muitas pessoas só descobrem que têm pressão alta após sofrerem uma complicação. Medir a pressão com regularidade é essencial para o diagnóstico precoce e o início do tratamento adequado”, afirma.
Entre os fatores de risco para hipertensão estão o sedentarismo, o consumo excessivo de sal, gordura e açúcar, além de tabagismo, alcoolismo, estresse e histórico familiar. O tratamento pode incluir mudanças no estilo de vida, como alimentação equilibrada, prática de atividades físicas e, em muitos casos, o uso contínuo de medicamentos.
De acordo com o cardiologista George Maia, há sinais de alerta durante crises, como dor no peito, dor na nuca, tontura e falta de ar. A ausência de sintomas em boa parte dos casos, no entanto, reforça a necessidade de acompanhamento médico regular. “A hipertensão é responsável por até 60% dos casos de infarto e 80% dos casos de AVC no Brasil. Também pode causar insuficiência cardíaca, problemas renais e alterações na visão.
Profissionais da saúde recomendam que adultos verifiquem a pressão ao menos uma vez ao ano e, em caso de diagnóstico, mantenham o acompanhamento contínuo, mesmo sem sintomas”, finaliza.
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