“Bate-Pau”: da dança dos escravos ao embate político
Da capela Santa Cruz da Boa Vista, povoada principalmente por escravos libertos, nasceu a vila que deu origem à Iracemápolis. Construída em terras doadas pelo fazendeiro José Emídio, até 1954 o local era distrito de Limeira. O nome de "Bate-Pau", mescla a tradicional dança dos escravos, que tinha este nome, e fatídico embate político para a emancipação da cidade.
Em 1888, os negros, que sofreram com a escravidão, tiveram enfim sua liberdade. A maioria agrupou-se aos arredores do local onde hoje se ergue a cidade. Na mesma época também surgiram os primeiros imigrantes que também contribuíram para a história da cidade: os italianos.
A vinda dos imigrantes teve uma transformação drástica na lavoura. A influência e a mão de obra mais barata, fez com que os agricultores preferissem os italianos aos negros. Com a doação de terras pelo fazendeiro José Emídio, foi possível construir a primeira capela, e com ela a elevação da área para distrito de Paz.
A partir desse período, a cidade começou a dar sinais de desenvolvimento. Iracemápolis se emancipou de Limeira em 31 de dezembro de 1953 tendo a posse do prefeito, do vice-prefeito e dos vereadores tendo ocorrido no dia seguinte, primeiro dia de 1954. Em 30 de dezembro de 1953 foi assinada a Lei nº 2456 que dava autonomia ao antigo Distrito.
Um fato curioso sobre a data 3 de maio, já que não é a data oficial de sua emancipação, é que a data foi alterada em homenagem ao Dia da Santa Cruz, padroeira da primeira capela e que deu origem oficialmente ao distrito e em seguida, a cidade. A capela ficava em frente à Igreja Matriz, mas infelizmente foi demolida nos anos 60.
O nome “bate-pau” se misturou com a história quando a cidade quis se emancipar, o que antecedeu um 'embate' que terminou na Câmara Municipal de Limeira. Nesta época, um nome lembrado é o do capitão Paulo de Simões, que teria sido o herói na busca da emancipação do município.
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