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Vendas de imóveis usados caem 70% na região

O Conselho Regional de Corretores de Imóveis de SP realizou uma pesquisa com imobiliárias e corretores com o intuito de mensurar o andamento dos negócios na região. Na comparação entre setembro e agosto, as vendas de casas e apartamentos caíram 70%. As locações caíram 63,64%. O CRECI-SP recebeu respostas de 15 profissionais das cidades de Limeira, Águas de São Pedro, Capivari e Piracicaba.

No mês passado, dos imóveis vendidos, apenas casas foram negociadas pelas imobiliárias e corretores que responderam à pesquisa. Não houve interesse e aquisição de apartamentos. Com relação ao preço médio dos imóveis vendidos em setembro, a preferência dos compradores ficou por imóveis na faixa de preço de R$ 101 mil até R$ 400 mil”, informou. As casas mais vendidas foram as de dois dormitórios, com duas vagas de garagem, e área útil de, em média, de 51 a 100 m².

Os novos inquilinos da região deram preferência à locação de casas (88,89%) a apartamentos (11,11%). A preferência dos inquilinos em setembro, ficou por imóveis na faixa de aluguel de até R$ 1.500,00, com 57,14% do mercado. Já as casas mais alugadas foram as de dois dormitórios, com uma vaga de garagem, e área útil de, em média, entre 51 a 100 m². Com relação aos apartamentos mais alugados, foram os de dois dormitórios, com uma vaga de garagem e com 51 a 100 m².

Em entrevista para a Gazeta, o presidente do Conselho, José Augusto Viana Neto destacou os principais fatores que contribuíram para este cenário. “A queda no movimento do mercado imobiliário de imóveis usados na região de Limeira tem vários motivos. Evidente que o principal deles está nas taxas de juros elevada, que exclui a possibilidade de compra e milhares de pessoas ficam sem condições de obter o financiamento e isso é muito difícil. Entre os meses de setembro e outubro, nós tivemos 60% das vendas de imóveis por meio de financiamentos, 20% foram parcelados diretamente com os proprietários e 20% foram vendidos à vista. Dos 60% de vendas através do financiamento imobiliário, 40% foram obtidos através da Caixa Econômica Federal e os bancos privados ficaram apenas com 20%. Isso é uma demonstração clara de que as condições de comprovação de renda são rígidas por parte dos bancos, pois eles levam isso muito a sério e evidentemente muitas pessoas não tem condições de acessar o financiamento por essa medida”, destaca.

Neto também destacou o cenário político, onde segundo ele, numa situação de incertezas, a falta de confiança na política econômica do governo faz com que as pessoas adiem a aquisição do seu imóvel com o medo de fazer o financiamento e perder o dinheiro que já deu. “Essa insegurança, com relação as eleições, é muito forte. A pessoa não sabe se vai permanecer empregada depois do processo eleitoral e não sabe como estará a situação política e econômica do próximo governo. Ela prefere guardar esse dinheiro na poupança, pagar aluguel e aguardar a melhor oportunidade”, afirma.

Para os próximos meses a expectativa de retomada no setor é positiva. “Acreditamos muito no crescimento do movimento após o processo eleitoral, até por que, o mercado vinha reagindo positivamente mesmo nos piores momentos da crise e com a inflação alta. Nesse momento a taxa de inflação já caiu bastante e estamos vivendo há três meses um período de deflação. Outra questão positiva são os empregos formais, mesmo que lentamente, já vem retomando e isso é um crescente. Importante destacar também que a taxa Selic, muito embora esteja alta, a possibilidade que tem agora é baixar e não aumentar e com isso evidentemente baixar também as taxas de juros, incluindo no mercado um número grande de pessoas com possibilidade de compras”, destaca.  

 

 

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