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"Uso minhas experiências para ajudar Artur Nogueira", diz Roberto Daher

Servidor público há 41 anos, 30 deles dedicados à Polícia Civil, trabalhando na capital e em diversas cidades da região. Delegado seccional de Campinas, Americana, e Piracicaba, Roberto José Daher, de 61 anos, hoje empresta sua competência à municipalidade de Artur Nogueira, como secretário de segurança de Artur Nogueira, na atual gestão do prefeito Lucas Sia. Casado, com três filhos e duas netas, Daher recebeu a Gazeta para uma entrevista sobre o trabalho realizado por ele na prefeitura.

P: Qual o maior desafio na questão de segurança em Artur Nogueira?
R: A gente não tem um grande problema de segurança, os que temos, são pontuais. E como eu sou um homem que venho da Polícia Civil, eu trabalho muito com a inteligência policial. A gente queria identificar os problemas daquele momento para criar estratégias para combater. Fizemos isso com o furto de veículo, que registrou um aumento em dezembro e janeiro. Tomamos as providências e, em fevereiro e agora em março, já diminuímos bastante os números deste crime. Por outro lado, o que a população reclama muito, é com relação a perturbação de sossego. Mas esse é um problema que se resolve com educação, conscientização, para embutir um pouco de empatia e respeito às pessoas. Quando é em um comércio ou residência, a gente vai lá e orienta. Mas as reclamações se referem àquelas pessoas que usam as motos para incomodar. Mas, quando a gente encontra, pega. Se não pegar, é difícil combater.


P: Como funciona a integração entre as forças de segurança de Artur Nogueira?
R: Por ser delegado de carreira, a integração com a Polícia Civil foi quase imediata. Eu já tinha trabalhado com o delegado titular da cidade (Lúcio Petrocelli). Então, com ele a integração foi muito fácil. Com a Polícia Militar também sempre houve. Mas agora, de forma efetiva, quando a gente se reuniu com o coronel de Americana e nos foi proposto a aproximação. No final de semana passada, houve uma operação, cujo resultado foi interessante. Por que, na verdade, todas as forças têm uma finalidade só: levar segurança aos nogueirenses. 

P: E o trabalho conjunto com outras secretarias municipais, existe?
Nós temos uma relação íntima com a Educação, que faz trabalho de educação no trânsito, por exemplo. Cultura, que é muito importante para tentar frear a criminalidade. Esporte, Meio Ambiente, onde foi criado uma ronda rural. Com a Promoção Social, principalmente, na parte do combate à violência contra a mulher. Nós temos o Programa Guardião da Mulher, que envolve várias secretarias. Lá, existe um guarda que só pensa na integração interna, dentro da corporação, e com as outras secretarias da prefeitura.

P: Especificamente, nas escolas, é realizado algum trabalho para os alunos?
R: Eu acredito que o tripé "Educação, Cultura e Esporte" tem uma grande influência na Segurança Pública. No trânsito, por exemplo, você tem que começar logo cedo. Porque se você já pega um condutor formado, dificilmente você vai tirar os vícios dele. Mas a pandemia nos atrapalhou neste sentido, porque as escolas ficaram fechadas. No ano passado, já começamos a fazer o trabalho de educação no trânsito nas escolas e, neste ano, a tendência é aumentar ainda mais para os alunos do ensino fundamental. A ideia era fazer também o trabalho de combate às drogas, mas a PM já realiza esse trabalho muito bem lá com o Proerd.

P: O senhor já tinha trabalhado com essa política de segurança estipulada pelo prefeito Lucas Sia?
R: Quando aceitei o convite para ser secretário, já vim com algumas ideias em mente e o prefeito abraçou. Essa política foi implementada de acordo com algumas experiências anteriores que eu tinha adquiro do trabalho em outros municípios que eu já trabalhei, como Campinas, Piracicaba e Americana. O programa Guardião da Mulher eu adaptei do projeto desenvolvido pela delegada Teresinha [de Carvalho], em Campinas. Trouxemos o botão do pânico e isso também ocorreu na criação do policiamento ambiental.

P: É diferente trabalhar em uma cidade gigantesca como Campinas e trabalhar em Artur Nogueira?
R: Sem dúvida alguma. Os problemas são diferentes. Mas a população nogueirense reclama muito mais do que, por exemplo, a campineira. Como a cidade tem um porte menor, as pessoas não estão acostumadas com qualquer tipo de violência. E outra coisa que muda é a pressão que a população exerce. Como secretário de segurança em Artur Nogueira eu sou muito mais cobrado do que quando trabalhei como delegado seccional em Campinas, Americana e Piracicaba. Estamos mais próximos da população. Há uma cobrança muito maior sobre a prefeitura do que no Estado. Como o efetivo da GCM é maior do que o efetivo da PM, a gente tem mais visibilidade. E, não tem jeito. Quanto mais visível você está, mais você está sujeito à críticas e reclamações.

P: Quais são suas prioridades na segurança de Artur Nogueira?
R: Violência contra a mulher, tráfico de entorpecentes, crimes ambientais e corrupção.

P: Qual a situação do tráfico de drogas na cidade hoje e o que tem sido feito para combatê-lo?
R: O tráfico de entorpecente é uma prioridade para a nossa gestão. A nossa Romu (Rondas Ostensivas Municipal) é praticamente toda virada para o combate ao tráfico de drogas. Infelizmente, o tráfico não é um problema específico de Artur Nogueira. E não é só, simplesmente, tirar o traficante e as drogas das ruas. O tráfico hoje está intimamente ligado a outros crimes. A pessoa furta, por exemplo, em grande parte das vezes, para usar droga. Homicídio é outro exemplo. O crime não é cometido só contra o usuário que deve para o traficante, mas sim a pessoa sob efeito de droga, também pode matar ou morrer. O tráfico tem de ser combatido, porque indiretamente, outros delitos também são combatidos.

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