Com demanda de casos de gripe, região amplia número de médicos
O surto de gripe e a preocupação com a Influenza e H3N2 vêm aumentando a procura por atendimento em hospitais da região. Desde o pós-feriado de Natal, a espera em filas vem triplicando de tempo e em todo o estado, a situação é a mesma. Na rede pública e particular de saúde em Limeira, foi necessário ampliar o corpo clínico.
As unidades Aeroporto, Hipólito e UPA Abílio Pedro receberam um terceiro médico com atendimento 24horas, após esse aumento da demanda em atendimento da população com sintomas gripais. A Unimed de Limeira informou que ampliou o atendimento médico. Na região, as Prefeituras de Cordeirópolis e Artur Nogueira também confirmaram um aumento assustador de pacientes buscando atendimento no Hospital Municipal, com sintomas de gripe, Covid-19, virose, entre outros.
O prefeito de Cordeirópolis, Adinan Ortolan, destacou que também aumentou a equipe de saúde e montou um centro de apoio para descentralizar a espera do atendimento no hospital. “Mesmo colocando um novo médico, haverá demora, já que é um retrato que vem acontecendo em todo o estado. É um surto de gripe, então devemos redobrar a higienização, o uso de máscaras e acima de tudo, a vacinação”, disse o prefeito.
O diretor da Secretaria de Saúde, Conrado Alvaro enfatizou que em casos de sintomas leves, a população deve procurar esse pronto atendimento instalado ao lado do posto do centro. “É uma central de apoio para a população que está com sintomas leves e uma forma desafogar o Hospital, atendendo os casos mais graves”, destacou.
No Estado de São Paulo, 50 óbitos por influenza foram registrados em 2021 -- segundo dados da Secretaria Estadual de Saúde. As autoridades redobram a atenção para evitar consequências graves do surto. Só na capital, os casos de gripe já passam de 112 mil, segundo a Secretaria Municipal de Saúde.
Em Limeira, a Secretaria de Saúde destacou que caso necessário será instalado um centro de referência médico para o atendimento específico desses casos. Os estudos estão sendo tratados com urgência. “É preciso compreender situações que envolvem o atendimento, como, por exemplo, o tempo que se leva entre a coleta e a análise dos exames laboratoriais para emissão de laudo, após as consultas, como também ocorre em hospitais da rede particular. Finalmente, a Prefeitura, por meio da Secretaria de Saúde segue atenta ao avanço dos casos de síndrome gripal na população”, disse.
SURTO DE GRIPE
O que está acontecendo em Limeira é o mesmo de diversas cidades do Brasil, destacou o médico pneumologista Dr. Danilo Gullo Ferreira da Unimed. "Está ocorrendo um surto de síndrome gripal. Esse aumento em todos os hospitais de Limeira chega a ser cinco vezes maior que o normal", disse.
O pneumologista explica que apesar de não ser comum nessa época do ano, esse surto se dá pela circulação de diversos vírus, entre eles os rinovírus e adenovírus que causam as doenças mais leves. "Porém também temos circulando o coronavírus e agora a influenza H3N2 que está causando casos parecidos com a covid e as pessoas procuram o pronto atendimento". Por isso, a orientação dos médicos é manter o distanciamento, usar máscaras cobrindo a boca e o nariz e lavar corretamente e com frequência as mãos.
Em Artur Nogueira, a Secretaria de Saúde afirma que ao todo foram realizados 751 atendimentos na segunda-feira (3), sendo 540 no pronto-socorro e 211 na tenda Covid. “Estamos vivendo, ao mesmo tempo, duas viroses respiratórias. O destino da população está sendo o mesmo: o Hospital Municipal, no PS e na Tenda Covid. A Secretaria está garantindo atendimento a todos os que procuram as unidades médicas”, completa Angela.
A Prefeitura lembra que todos os 12 Postos de Saúde Familiar (PSFs) do município estão abertos, de 7h às 17h, e os atendimentos não urgentes seguem sendo ofertados nesses locais. Já o Pronto-Socorro do Hospital Municipal deve ser procurado em casos de urgências e emergências.
POPULAÇÃO RECLAMA DE DESCASO
A Gazeta recebeu relatos da população revoltada com a demora no atendimento das unidades Aeroporto, Hipólito e UPA Abílio Pedro. “Fiquei mais 12 horas aguardando atendimento no Hipólito, não havia mais lugar para sentar e nem aguardar. É um completo descaso com os moradores”, relata uma das munícipes que preferiu não se identificar.
Em outro depoimento, uma moradora informou que chegou às 14h30 da tarde com o filho ardendo em febre na Abílio Pedro. “Demorou para eu ser atendida e para sair os exames dele sendo que até às 18h não havia nem sequer chegado o resultado do exame dele. E ainda disseram que ele tinha que fazer tudo de novo”, informou.
Com medo de retaliação, uma munícipe também preferiu não se identificar e relatou que mesmo com médicos à mais, a demanda não suporta na rede pública. “Não adianta ampliar os médicos se o atendimento é péssimo. Entendo que os funcionários também estão cansados, mas aguardar a noite toda por atendimento com dor no corpo, febre e ânsia de vômito e ele nem olhar na cara e receitar um xarope é desumano”, disse.
Unimed orienta quanto ao uso da urgência e emergência
O Pronto Atendimento do Hospital Unimed Limeira também registrou um aumento muito acima da média com pacientes apresentando sintomas gripais nesses primeiros dias de janeiro. A procura ocorreu tanto no atendimento adulto quanto no pediátrico.
O diretor superintende do hospital, o médico pneumologista Dr. Danilo Gullo Ferreira ressaltou que foram ampliados o corpo clínico e a equipe de assistência para minimizar a situação. Porém o médico orientou para que os pacientes que estão com sintomas mais leves, por exemplo, coriza, dor de garganta, tosse e que não estão prostradas e com febre alta evitem ir ao pronto atendimento e procurem seus médicos de rotina, nos consultórios.
"Os casos mais graves que apresentam febre alta, prostração, dor no corpo, dificuldade de respirar, fadiga devem procurar o pronto atendimento", explicou o médico pneumologista.
A médica pediatra Dra. Hosana Ramos, diretora clínica do Hospital Unimed Limeira, ressalta que os pais devem estar atentos aos sintomas e seguir a orientação para procurar os consultórios nos casos mais leves para tratar com o pediatra que acompanha a criança. "O pronto atendimento deve ser usado nos casos de sintomas mais graves evitando expor as crianças com doenças leves a outras fontes de infecção", afirmou.
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