Secretários são ouvidos em CPI sobre irregularidades no Jd. Primavera
A Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) que investiga
supostas irregularidades em aprovações de obras, projetos e contratos pela
Prefeitura referentes ao empreendimento imobiliário Jardim Primavera ouviu,
nesta terça-feira (15), os secretários municipais Dagoberto Guidi (Obras e
Serviços Públicos) e Matias Razzo (Urbanismo).
Durante a oitiva, os secretários foram questionados sobre
problemas de infraestrutura e notificações à construtora responsável pelo
loteamento. O empresário Gilson Lucatto, que havia sido convidado para prestar
esclarecimentos, não foi localizado.
O primeiro depoimento foi de Dagoberto Guidi, que
respondeu a perguntas sobre a praça do Jardim Primavera, atualmente sem água e
energia elétrica, e que teria sido entregue pela construtora à Prefeitura. O
secretário afirmou que a administração municipal não recebeu oficialmente a
praça para assumir a manutenção e zeladoria do espaço, justificando que a falta
de energia é decorrente do não pagamento pela construtora, responsável pelo
local até a entrega formal.
Guidi também comentou sobre as reclamações de má
qualidade na pavimentação das ruas do loteamento. Segundo ele, a construtora
foi notificada pela Prefeitura para realizar as correções necessárias, e
destacou que a Secretaria de Obras é responsável pela fiscalização em áreas
como iluminação, drenagem e pavimentação no Jardim Primavera. Questionado pela
CPI sobre a documentação dessas notificações, Guidi esclareceu que a
comunicação com a construtora ocorre por meio da Secretaria de Urbanismo.
Em seu depoimento, Matias Razzo abordou as notificações
emitidas pela Prefeitura referentes a problemas de infraestrutura, como
terraplanagem e outros vícios apontados por moradores. O secretário destacou
que os erros e falhas identificados são de responsabilidade da construtora e
que cabe ao Urbanismo concentrar informações das diferentes secretarias para
notificar a empresa sobre a necessidade de correções.
Razzo também foi questionado pela CPI sobre quem seria
responsável pela fiscalização dos serviços de terraplanagem, uma vez que a
Secretaria de Urbanismo não assumia essa atribuição. Ele afirmou desconhecer
qual secretaria teria essa competência específica. Durante a oitiva, Matias fez
uma ressalva técnica ao ser confrontado com uma representação gráfica do
projeto do Jardim Primavera exibida pela CPI. Segundo ele, a imagem se tratava
de uma maquete eletrônica ilustrativa, sem validade oficial, usada apenas para
fins comerciais e que não refletia o projeto aprovado pela Prefeitura.
Outro ponto levantado foi a construção de um barracão
próximo ao prolongamento da LIM 30 (Via Guilherme Dibbern), área que dá acesso
ao Jardim Primavera. Razzo declarou que o barracão já existia antes de a atual
gestão municipal assumir a administração em 2017.
Além dos depoimentos, a CPI aprovou requerimentos para
que sejam enviadas notificações de regularização sobre a construção do barracão
na LIM 030. Também foram convocados Paulo Henrique Lucato e Carlos Alberto
Lucato, representantes legais da Citrícola Lucato Comercial, para prestarem
esclarecimentos na próxima audiência, marcada para o dia 22 de outubro, às
9h30. (Com Câmara)
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