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Vereadores cobram avanços no atendimento a pacientes autistas

Em reunião com o secretário de Saúde interino, Alexandre Ferrari, nesta quinta-feira, 1º de outubro, os vereadores que compõem a Comissão de Saúde na Câmara pautaram demandas da população sobre a necessidade de aprimorar o atendimento aos pacientes com Transtorno do Espectro Autista (TEA) e outras ações para garantia do direito de acesso aos serviços do Sistema Único de Saúde (SUS) em Limeira.   

 

Participaram os vereadores Dr. Marcelo Rossi (MDB), presidente; Zé da Farmácia (Solidariedade), vice-presidente e Elias Barbosa (PRTB), secretário. Também estava presente o vereador João Bano (Solidariedade).

 

Sobre as demandas para melhoria do atendimento aos pacientes com TEA, incluindo a diminuição das filas de espera para diagnóstico e tratamento, o secretário avaliou que há uma quantidade elevada de pessoas demandando o serviço e que o número de novos diagnósticos é crescente, por se tratar de espectro que se tornou mais abrangente. 

 

Alexandre Ferrari destacou o compromisso da pasta para que o atendimento seja garantido aos pacientes de todas as idades, desde crianças até jovens adultos e idosos, respeitando a integralidade e universalidade do SUS. "Trata-se de um espectro que era mais estreito e está cada vez mais alargado. Temos diagnósticos de crianças cada vez mais novas e outros mais tardios, com de um paciente com mais de 90 anos de idade e que está recebendo tratamento no Cema [Centro de Especialização Municipal do Autista]", exemplificou.

 

O secretário descreveu a complexidade do tema e defendeu que a solução deve ser intersetorial, envolvendo a colaboração das secretarias de Educação, Saúde, Ceprosom, Esporte e Lazer, para que o indivíduo possa ser cuidado de forma integrada.

 

Entre as ações da Prefeitura, Ferrari discorreu acerca do Espaço Família Azul, cuja inauguração está prevista para 20 de outubro. O local é um novo equipamento público para atendimento ao TEA e terá possibilidade de acolher até 300 pessoas. Contudo, alertou Alexandre Ferrari, essa capacidade não será alcançada de imediato, visto que cada usuário depende de um projeto terapêutico personalizado e está em diferentes etapas de acolhimento. O foco  serão pessoas com TEA com níveis de Suporte I e II. 

 

A expectativa do governo municipal é que a expansão também apresente um impacto positivo no fluxo de atendimento do Cema, que hoje atende até 260 pessoas por semana, e terá o serviço destinado exclusivamente a pacientes com nível de Suporte 3.

 

Questionado pelos vereadores sobre a possibilidade de zerar totalmente a fila, o secretário considerou que esse ponto merece uma análise mais aprofundada. "Embora não resolva em definitivo, pois sabemos que novos diagnósticos virão e todo serviço expandido atrai mais demanda, isso dará um bom respiro e rotatividade na fila de espera", sinalizou.   

 

Outra consideração feita pelo gestor é que o serviço é pensado sob uma perspectiva de saída para o paciente, ou seja, as equipes multiprofissionais buscam o progresso no acompanhamento para que ele desenvolva autonomia. 

 

De acordo com Alexandre, o Cema possui exemplos de experiências exitosas e se comprometeu a demonstrar a trajetória de pessoas atendidas que alcançaram um nível de independência. Um dos casos, disse ele, envolve um paciente que vive com aluguel social, estuda e tem monitoramento à distância. “A meta do SUS é que a internação e institucionalização sejam a exceção, com o paciente sendo devolvido à Atenção Básica como unidade de referência”, apontou. 

 

CEMA

 

A construção do novo Cema, prevista pela gestão anterior, também foi pautada. Elias Barbosa questionou se o projeto não será levado adiante, uma vez que a Prefeitura anunciou o Espaço Família Azul, como novo local de atendimento ao TEA. O secretário disse que não houve por parte do prefeito Murilo Felix (Podemos) nenhum pedido para que seja descontinuado.

 

As obras foram temporariamente suspensas após a descoberta de um aterramento estrutural na antiga construção, motivado por um incêndio não percebido no início do projeto, mas que “exigiria um aditivo vultuoso” para solucionar, justificou. “Por esse motivo, a Prefeitura optou como alternativa imediata à alta demanda por atendimentos do TEA a abertura do Espaço Família Azul em imóvel alugado, enquanto o entrave no projeto do novo Cema não é sanado.” 

     

CAPACITAÇÃO

 

Ainda ontem, a Prefeitura informou que promoveu uma capacitação para cerca de 40 profissionais que atuarão no futuro Centro de Saúde da Criança, conhecido como “Hospital da Criança”, que será reaberto na primeira quinzena de outubro, sob gestão do Hospital Humanitária. O treinamento, ministrado pela especialista Vânia Sena, vice-diretora do AME-TEA, abordou estratégias de acolhimento a crianças com Transtorno do Espectro Autista (TEA), destacando desafios como dificuldades de comunicação, comorbidades e fatores que podem desencadear crises de ansiedade. A nova unidade funcionará 24 horas na Rua Sete de Setembro e contará com sala de espera adaptada com isolamento acústico e recursos específicos. O superintendente da Humanitária, Eduardo Dermonde, reforçou a importância da qualificação para oferecer atendimento humanizado, conforme determinação do prefeito Murilo Félix.

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