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Arte com Paixão devolve autoestima para pacientes oncológicas

 

"Há tempos eu não olhava para o meu rosto e me sentia tão bem como hoje, é uma sensação ótima". O relato é de Jerusa Souza, de 46 anos, após passar por micropigmentação e ver, ao olhar para o espelho, os contornos das duas sobrancelhas. A dona de casa descobriu o câncer de mama em 2021, passou pelo tratamento, teve alta e atualmente faz acompanhamento médico para monitorar a saúde.

 
O procedimento que devolveu a autoestima de Jerusa foi feito gratuitamente na sede da ALICC (Associação Limeirense de Cuidado e Carinho) nesta quarta-feira, 23 de outubro, em celebração ao Outubro Rosa. Oito especialistas em micropigmentação, ligadas ao projeto social Arte com Paixão, doaram um dia de trabalho para atender, pelo quarto ano seguido, pacientes oncológicas, sob a supervisão de Ana Savoy, referência nacional no ramo e idealizadora do projeto.


Mais de 20 mulheres passaram pelo procedimento. O objetivo, segundo Ana Savoy, foi recuperar a autoimagem das mulheres que passaram pela quimioterapia ou mastectomia por meio da tatuagem cosmética. "A técnica consiste na aplicação da tinta na camada superficial da pele, permitindo a reconstrução do desenho das sobrancelhas ou da aréola mamária sem que as pacientes sintam dor. É uma alegria imensa ver a felicidade de cada mulher ao olhar para o espelho", ressaltou Savoy.


O "Arte com Paixão" acontece há mais de 12 anos em cidades como Campinas, Piracicaba e São Paulo. Em Limeira, a ação acontece desde 2021. A novidade deste ano foi a parceria firmada com a Associação de Assistência Social e Proteção à Comunidade de Iracemápolis (AAPCI), que permitiu a participação de mulheres da cidade vizinha. Para o jornalista Vinícius Boer, um dos organizadores e atualmente padrinho do projeto, o fato inédito tornou a passagem das especialistas ainda mais especial em 2024.

 

"Conheço a trajetória da Ana Savoy e do time de voluntárias há cerca de 10 anos. O sonho de ver Limeira na rota do projeto social foi realizado há quatro anos quando organizamos a primeira ação, mas cada edição tem uma emoção única quando percebemos como esse momento é importante para as participantes, muitas vezes fragilizadas pelos efeitos do tratamento", ressaltou Boer.

 
Bruna Maria Granso, de 45 anos, descobriu o câncer de mama no ano passado após a realização de exames de rotina.  Em menos de um ano e meio, a auxiliar de tesouraria passou por quimioterapia e radioterapia e desde abril está apenas fazendo acompanhamento médico. Ela participou do projeto e aprovou o resultado. "A autoestima melhora muito depois da gente se ver no espelho. Eu estava um pouco insegura, mas logo senti uma sensação maravilhosa. Sou muito grata pela oportunidade", afirmou a moradora de Iracemápolis.  

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