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Especialista alerta sobre usar remédios diabetes para emagrecer

O imediatismo na busca de resultados para emagrecer e o incentivo de celebridades das redes sociais têm transformado remédios para Diabetes Tipo 2 em produtos usados para fins estéticos e sem recomendação médica. A aprovação pela Anvisa de um novo medicamento injetável, o Mounjaro (Tirzepatida), cria expectativa equivocada para quem está na luta contra o ganho de peso.

 

A cada chegada às farmácias de um novo medicamento contra Diabetes tipo 2 e obesidade, entidades médicas demonstram preocupação com o uso indevido de drogas para o emagrecimento. A associação Brasileira para o Estudo da Obesidade (ABESO) e a Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia (SBEM) chegaram a publicar uma nota conjunta sobre a grande procura nas farmácias pela Semagludita, usada no tratamento de Diabetes 2. De acordo as instituições, vêm sendo disseminadas informações que confundem e misturam o que é o tratamento sério da obesidade e o que significa o "desejo social de emagrecer".

 

O endocrinologista e professor de Medicina do Centro Universitário São Camilo, Leonardo Alvares, faz um alerta sobre os riscos do uso de medicações para diabetes e emagrecimento sem acompanhamento especializado.  "Quando os médicos indicam um tratamento medicamentoso levam em consideração o histórico do paciente, qual é a queixa clínica dele e ponderam sobre contraindicações. Além disso, monitoram os possíveis efeitos colaterais e observam a interação com outros medicamentos. Quando o paciente faz a automedicação, perde-se a oportunidade de realizar todas essas importantes avaliações."

 

A Tizerpatida, além de tratar da Diabetes tipo 2 através de seus efeitos pancreáticos, tem efeito benéfico sobre o tratamento do peso, uma vez que regula mecanismos de fome e saciedade, e possibilita efeitos de emagrecimento ainda maior do que a Semaglutida (Ozempic) a qual já está disponível no mercado brasileiro há alguns anos.

 

Segundo o professor de Medicina, as medicações não são soluções milagrosas para o emagrecimento e não devem ser usadas sem supervisão médica. Como qualquer medicamento, eles podem ter efeitos colaterais, sendo os principais, neste caso, relacionados ao trato gastrointestinal.

 

O médico lembrou também que esse tipo de medicação não é recomendada para todas as pessoas e não deve substituir a dieta equilibrada e os exercícios regulares, mas sim, ser mais um recurso terapêutico no arsenal de tratamento do diabetes e excesso de peso. "Apesar dos efeitos esperados de emagrecimento, é fundamental lembrar que cada pessoa é única, e o tratamento da obesidade deve ser personalizado. Consultar um médico é o primeiro passo para determinar se essas medicações são adequadas e seguras para uso do paciente", finalizou, Alvares.

 

Por meio do comunicado, as entidades médicas esclarecem que a obesidade é uma doença crônica, complexa, multicausal e de difícil tratamento. Desta forma, nenhuma medicação deve ser usada sem prescrição e acompanhamento médico.

 

"O tratamento medicamentoso da obesidade, sempre em conjunto com estratégias de estilo de vida, é recomendado em diversas diretrizes de tratamento ao redor do mundo por aumentar a eficácia dessas estratégias. Como qualquer outra doença crônica, a eficácia dependerá da manutenção do tratamento e é esperado que a recuperação de peso ocorra caso o tratamento medicamentoso seja abandonado", diz o comunicado.

 

 

 

 

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