
Junho Laranja: Limeira já registrou mais de 120 internações por queimaduras
A Sociedade Brasileira de Queimaduras (SBQ) reforça a campanha Junho Laranja 2023 com o objetivo de alertar a população e autoridades sobre os riscos de acidentes com queimaduras e os traumas que podem causar. Em Limeira, 246 internações foram registradas em 2022 na Santa Casa, que é referência no tratamento e assistencialismo no que é chamado de "grande queimado adulto e pediátrico" no Estado de São Paulo.
Este ano, já foram registradas 123 internações na cidade. No Brasil, dados do Ministério da Saúde apontam que cerca de 150 mil internações anuais são causadas por incidentes que envolvem esse tipo de lesão, sendo que 70% acontecem em ambientes domésticos e 30% vitimam crianças.
De origem térmica, química ou radioativa, as lesões agridem profundamente a pele, podendo destruir parcial ou totalmente os anexos subcutâneos, músculos, tendões e ossos, e seus impactos são tão agressivos para o corpo que, em locais específicos, podem prejudicar a funcionalidade da área e a mobilidade.
“A campanha Junho Laranja é um momento crucial para conscientizar a sociedade sobre a importância da prevenção de queimaduras. A cor laranja é adotada como símbolo da campanha, representando a energia e a atenção necessárias para combater esse grave problema de saúde pública”, explica o presidente da SBQ, Marcus Barroso.
Atualmente, a Unidade de Tratamento de Queimaduras (UTQ), da Santa Casa de Limeira, trabalha como unidade mista com 10 leitos de enfermaria e 2 leitos de UTI. A unidade é referência nos cuidados pediátricos pela DRS de Piracicaba e de Campinas. “O foco da unidade é sempre o paciente, proporcionando um cuidado de excelência”, destaca a entidade.
Ainda segundo a Santa Casa, as queimaduras domésticas são a principal causa de internações, como por acendimento de churrasqueiras, tachos, choques elétricos, água quente ou fervente. “As principais orientações, em caso de ocorrências com queimaduras é colocar a região queimada em água corrente, proteger a região com toalhas, cobertas e procurar uma unidade de atendimento de urgência”, reforça.
FESTAS JUNINAS
“Rojões e fogos de artifício devem ser evitados a qualquer custo, pois podem causar incêndios ou, ainda, lesões diretas por explosão. Fogueiras devem estar cercadas para impedir que as pessoas cheguem perto das chamas”, alerta a presidente da regional de São Paulo da Sociedade Brasileira de Queimaduras (SBQ), Maria Carolina Coutinho.
Ela completa, ainda, que é preciso cuidado, inclusive, com as roupas sintéticas, muito utilizadas nessa época por aquecerem bem. “Elas são muito inflamáveis e podem pegar fogo ao contato com fagulhas”, diz.
A atenção à fiação elétrica e elementos energizados é outro ponto a observar. “Jamais amarre itens como bandeirinhas em postes. Se for amarrar em árvores, verifique se não há alguma fiação escondida em meio às folhagens. Caso vá montar alguma estrutura, fique atento ao manusear ferragens e estruturas, para ter certeza de que não esteja encostando em fiações suspensas, por exemplo”, alerta o diretor-executivo da Associação Brasileira de Conscientização para os Perigos da Eletricidade (Abracopel), Edson Martinho.
O mesmo alerta vale para a hora de fazer a fogueira, tão tradicional em festas juninas: elas devem ser acesas longe de postes, pois o calor das chamas pode superaquecer a rede e provocar o rompimento da fiação. Até mesmo na hora da comilança é preciso cuidado. Festas juninas, geralmente, têm quentão, chocolate quente, canjica, pratos típicos que podem provocar queimaduras.
Que o diga a autônoma Francisca Rodrigues de Sousa. “No início de junho resolvemos fazer um arraial em família e comemorar o aniversário da minha filha. Minha cunhada tirou a panela de canjica do fogo e ia colocar na mesa para esfriar mais rápido. Mas a panela só tinha uma alça e escorregou das mãos dela, caindo no meu colo”, conta Francisca, dizendo, ainda, que não gosta nem de lembrar da dor que sentiu.
Ela fez o procedimento correto: lavou o local em água corrente e procurou atendimento médico. Três semanas após o acidente, ela ainda continua fazendo curativos no hospital. “É muita dor! E mexe como nosso psicológico também. Por isso eu digo, tomem muito cuidado. Eu estava só cortando um bolo e aconteceu um acidente desse comigo. Não deixem as crianças na cozinha e muito cuidado nessa época de festas juninas”, alerta.
ATENDIMENTO
Caso você veja alguém se acidentando, o ideal é fazer algo para apagar o fogo, imediatamente, rolando a vítima no chão, abafando com um cobertor ou colocando embaixo de fluxo de água corrente, de preferência, não gelada, conforme explica Maria Carolina Coutinho, que é cirurgiã plástica.
“Não retirar roupas queimadas pois podem estar aderidas à pele. Elas somente devem ser resfriadas para interromper a queimadura. Cobrir a vítima com um lençol limpo e manter aquecida até a chegada ao pronto socorro”, complementa a médica.
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