Aos 20 anos, Luciano Alves de Lima Junior se tornou pai da pequena Luna. Ao notarem a dificuldade para andar e falar, os pais procuraram ajuda médica e ao pesquisarem o diagnóstico, descobriram a possibilidade do autismo. “É um susto no início, não pelo diagnóstico, mas pela própria ignorância no assunto. Fui pai muito cedo, era tudo muito novo”, relata.

Através do plano de saúde, Luciano começou vários tratamentos para estimular a pequena Luna. “Cada pequeno progresso é sempre uma vitória. Infelizmente acabei sendo demitido da empresa e comecei uma longa jornada para o tratamento dela na rede pública. É tudo muito difícil, muita espera e despreparo por parte do poder público”, disse.

Na primeira escola onde a filha foi matriculada, Luciano enfrentou preconceito e uma ação judicial. “Pediram a transferência dela por não terem profissionais capacitados. Felizmente ela foi para uma outra escola onde foi bem acolhida e hoje adora a professora e as aulas”, conta. Luna tem 6 anos. “A mãe dela desistiu e abriu mão de sua guarda. Hoje recebo muito apoio dos meus pais. Não cuido dela sozinho”, disse.

A rotina da família mudou. “Aprendemos que cada detalhe em casa é importante para a sua saúde, cuidado e segurança. De manhã ela vai para escola e a tarde meus pais ajudam a cuidar dela enquanto estou no trabalho. Sempre nos divertimos juntos. Ela é muito especial, mas tenho receio do preconceito lá fora”, afirma. Hoje Luna também frequenta o CEMA (Centro de Especialização Municipal do Autista). “Cheguei a procurar a APAE para ter mais informações. No começo ficamos perdidos”, afirma.

Sobre a paternidade solo e os desafios de uma criança com TEA, Luciano aconselha. “Não pode desanimar. Nunca. Esse é o amor mais puro que possa existir. É um sentimento verdadeiro, sem interesse, sem nada em troca. Vê-la feliz e progredindo é minha maior realização”, destaca.