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Servidores voltam ao trabalho nesta terça, mas mantêm estado de greve

Não teve acordo. Os servidores de Limeira saíram às ruas na manhã de ontem em protesto à falta de negociação quanto ao reajuste salarial da categoria neste ano, mas sob pena de multa de R$50 mil por dia, decidiram voltar ao trabalho nesta terça-feira. Os sindicatos representantes da categoria priorizam 15% de reajuste, mas em última mesa de negociação a proposta foi de 5,77%. Em balanço inicial, o Sindicato dos Servidores Municipais de Limeira (Sindsel) informou que mais de 1.500 pessoas participaram do ato. Já a Prefeitura informou que apenas 500 pessoas estiveram reunidas em frente ao Paço Municipal. Os servidores também participaram da sessão ordinária na tarde de ontem e pediram apoio dos vereadores. 

Ontem, os sindicatos pediram a suspensão da liminar concedida à Prefeitura de Limeira pela Vara da Fazenda Pública de Limeira, que determinou a manutenção de 100% dos servidores municipais em serviços públicos essenciais. Em caso de descumprimento, está prevista multa diária de R$ 50 mil até o limite de R$ 500 mil. A diretora do Sindsel, Nicinha Lopes, destacou que caso a liminar não seja revogada, os servidores podem adotar a “operação tartaruga” nos serviços públicos.

“Estamos pedindo 15% de reajuste e isso cabe na folha de pagamento. O município de Limeira cresceu 16% e é possível conceder. Até hoje, Limeira não oferece vale alimentação para todos os servidores e eles usam o estatuto para não discutir com seriedade. Eles pedem a manutenção de 100% dos servidores municipais em uma paralisação, mas não cumprem isso, por que não tem trabalhador suficiente, não tem contratação e quando tem é para temporários. Se é guerra que eles querem, é guerra que eles vão ter”, destacou. Na Câmara Municipal, os servidores protestaram com os seguintes dizeres: “Servidor na rua, Botion a culpa é sua”. Erika Monteiro representando a APEOESP destacou as reivindicações da categoria e o descaso do Executivo frente aos servidores, principalmente na área de educação. A ação antidemocrática da Prefeitura em exigir 100% dos serviços por meio de liminar também fez parte das falas. Ela também pediu uma moção de apoio aos vereadores e uma moção de repúdio contra a liminar imposta pela Prefeitura.

Durante o dia, servidores não apenas manifestaram por seus reajustes e mudanças de referência, mas também expuseram as precárias situações vivenciadas cotidianamente em suas unidades, desde falta de professores em sala de aula, sobrecarga de trabalho em merendeiras, monitoras e auxiliares gerais por falta de convocação de novos profissionais, o que tem gerado o adoecimento e até mesmo exoneração de cargos.

A Secretaria de Educação teve grande adesão ao movimento, acompanhada da Saúde, Ceprosom, Mobilidade, Paço Municipal entre outras secretarias. Logo após receber a liminar, o Sindsel protocolou um ofício solicitando reabertura da Mesa de Negociação, a qual até o final da noite de ontem não houve interesse do Governo Municipal em realizar. “Além disso, rumores de que o prefeito Mario Botion estava com agenda fora da cidade reafirma o descaso com os servidores e a população, mostrando que o serviço público municipal não é prioridade do governo”, disse o sindicato em nota.

Vários servidores aderiram desde servidores de nível fundamental, médio, técnicos e tecnólogos e universitários. As aulas na rede pública foram prejudicadas. Em balanço parcial, cerca de 90% do atendimento escolar foi lesado. Por voltas das 13h houve uma assembleia na qual a categoria aprovou a manutenção do movimento grevista.

“Ao contrário do governo que não cumpre nem a legislação do Piso Nacional, será feito à luz da liminar: o Estado de Greve está mantido, se o recurso contra a ela for acatado, greve mantida na terça-feira (14), caso contrário servidores retornarão às unidades em estado de greve, e discutirão em Assembleia na noite da próxima quarta-feira (15) para definir as estratégias da manutenção do movimento grevista.

 

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