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Educação Inclusiva: escola bilíngue é referência no ensino para surdos

A Educação Bilíngue de Surdos se tornou, em 2021, uma modalidade de ensino independente dentro da Lei Brasileira de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB). Em Limeira o assunto já é debatido há algum tempo. Na prática, os alunos surdos têm o conteúdo curricular trabalhado na Língua Brasileira de Sinais (Libras), como primeira língua, e eles também aprendem o português, como segunda língua.

A luta da comunidade surda pela educação é histórica, por entender que a língua constitui o sujeito, a identidade e a cultura, a única barreira entre pessoas surdas na relação com pessoas ouvintes é a comunicação. Na cidade, a única escola bilíngue é a CEIEF Rafael Affonso Leite, contando com todos os alunos em um mesmo polo. Hoje a unidade conta com 14 surdos, da educação infantil ao quinto ano do ensino fundamental.

A educação de surdos no Brasil tem sido marcada pela luta dessa minoria linguística, pelo direto a educação legítima que os surdos entendem dentro de um contexto educacional bilíngue, onde não existe espaço para preconceito e discriminação. Na escola bilíngue o aluno se sente totalmente incluído. A primeira língua utilizada é a LIBRAS (Língua Brasileira de Sinais), pois é essa a primeira forma de comunicação entre eles.

Desde 2020, a unidade vem sendo pioneira na educação dos surdos e deficientes auditivos da cidade. Essa história deu início bem antes, quando os alunos deficientes estavam espalhados pelas escolas do município. Surgiram então, três escolas polos em Limeira: a EMEIEF Prada, EMEIEF Mario de Souza Queiroz Filho e a EMEIEF Cassiana Lenci. As equipes pedagógicas começaram a receber treinamento da Língua Brasileira de Sinais, onde os surdos foram inseridos nas salas regulares com aluno ouvintes.

Em 2016 os alunos foram novamente realocados para a escola CIF Flora de Castro Rodrigues, no centro da cidade, onde ficaram até 2019. Apesar de todos os surdos estarem juntos em uma mesma escola, eles foram inseridos em uma sala de aula ouvinte, o que dificultou o desenvolvimento escolar dos mesmos. Com a intenção de realizar essa mudança, oferecer sala de educação bilíngue e estender o horário dos alunos, Katia Lima foi designada a gestão da escola CEIEF Rafael Affonso Leite para assumir um novo formato em fevereiro de 2020, integrando todos os alunos, mas com a pandemia, no dia 23 de março as aulas foram suspensas.

A escola teve que se adaptar. Com a suspenção das aulas, devido a quarentena, foram enviados kits pedagógicos e todo conteúdo trabalhado em língua de sinais através de vídeos, conteúdos enviados por WhatsApp, como forma de adaptação a educação bilíngue a distância.

Hoje a unidade conta com três professoras bilíngues, uma sala de educação infantil e uma sala multisseriada do primeiro ao terceiro ano e uma segunda sala multisseriada de quarto a quinto ano do ensino fundamental. Além das três professoras (Marcela Totolo, Ana Paula Castelo e Marilia Motta), a escola conta também com três tradutores (Leandro Malaman, Amanda Godoy e Graziela Silva) intérpretes de Língua Brasileira de Sinais (TILS) e um instrutor surdo (Alexssandro Fonseca), duas vezes na semana,

A parceria tem feito diferença na vida desses alunos. Hoje a escola conta com parceiros para extensão de horários com atividades como: Gincanas, karatê, jiu jitsu, natação, FOPE (Força pré Militar Brasileira) e João Fisher. A UFSCAR ainda oferece formação através de professoras doutoras especialistas em surdos, para os profissionais bilíngues da escola como: Professoras, TILS e instrutor, via meet. A Secretaria de Educação oferece transporte escolar para os alunos surdos, pela grande maioria morar em bairros afastados de suas residências. “Receber esses alunos na escola é um privilégio. É mérito da rede e uma conquista dos nossos estudantes surdos”, resumiu Katia.

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