Viral do TikTok que incentiva briga falsa exige atenção dos pais
Uma nova trend do aplicativo TikTok, que viralizou em várias redes sociais, tem testado a lealdade dos irmãos caçulas. No vídeo, divulgado como brincadeira, o irmão mais velho diz que alguém o chamou para uma briga e pede ajuda para o mais novo, afirmando que eles precisam lutar juntos. A reação da maioria dos caçulas é “comprar” a briga do irmão e aceitar o convite para sair em defesa do mais velho.
A reação dos caçulas tem causado muitas risadas e foi justamente esse o motivo de tanto sucesso. O vídeo se tornou viral no TikTok nos Estados Unidos e não demorou muito para bombar aqui no Brasil e divertir o público. Mas será que se trata de uma brincadeira sem perigo?
O psicólogo Rafael Falco, coordenador do Colégio Jandyra de Limeira, afirma que é preciso cuidado com o que aparece nas redes. “Assim como gentileza gera gentileza, violência gera violência, até que alguém quebre o ciclo. Infelizmente, estamos contribuindo, na verdade, para uma sociedade cada vez mais intolerante, violenta e incapaz de dialogar quando se há diferenças ou conflitos”, afirma.
O especialista lembra que na virada do milênio, em 1999, a Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas (ONU) convocou um Movimento Global para uma Cultura de Paz e, para ele, traz um leve desânimo, perceber que ainda hoje, em 2022, essa temática permanece urgente e inda mais necessária.
A cultura de paz diz respeito a uma visão de mundo que privilegia o diálogo e a mediação para resolver conflitos, abandonando atitudes e ações violentas e respeitando a diversidade dos modos de pensar e agir. “Pensando nisso, vamos continuar nos divertindo com algo que combina exposição de crianças e incitação à violência? Continuaremos ensinando que a violência é uma solução plausível, permissível e capaz de resolver conflitos, quando, na verdade ela só gera mais problemas?”, questiona.
Para Falco, é preciso criar estratégias para evitar a violência. “Devemos, em casa e nas escolas, nos engajar para ensinar na prática, para que a criança perceba que existem outros meios para se resolver os problemas. Ninguém nasce violento. Sejamos nós os construtores da sociedade que queremos, mais segura e protetora”, ressalta.
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