A importância das vacinas e das doses de reforço
O número de pessoas que deixaram de tomar as doses de reforço da vacina contra a covid-19 assusta. Os dados apontam que, na verdade, há uma tendência: parte da população está deixando de lado a imunização também de outras doenças. E algumas delas, como a poliomielite, podem voltar, após serem erradicadas no país.
O Médico pneumologista do Sistema Hapvida, João Carlos Rodrigues de Almeida, reforça a importância de a população tomar as vacinas, incluindo as que regularmente são aplicadas – como a da poliomielite – e as adotadas nos últimos anos, incluindo covid-19.
Segundo a Secretaria Municipal de Saúde, Limeira tem 87,8% das pessoas imunizadas com a primeira dose; 80,1%, com duas doses; e 45% com a primeira dose adicional. O balanço é do dia 18 de julho.
"No caso da covid, as vacinas são responsáveis por uma queda sensível no número de casos e de mortes, na comparação com os períodos iniciais da doença. É claro que qualquer vacina pode causar reações. Mas nenhum efeito é capaz de impedir ou gerar algum tipo de recomendação no sentido de que a pessoa não seja imunizada", afirma o pneumologista.
Receber as doses completas é fundamental. O Dr. João Carlos cita estudos recentes que apontam que o avanço da imunização entre a população evitou cerca de 20 milhões de mortes em todo o mundo. Esse número equivale ao total de habitantes de uma nação como a Austrália.
Desinformação
A desinformação é uma das causas do problema. Há sinais de que, em alguns casos, o recebimento das doses iniciais ou mesmo o fato de já ter contraído a covid-19 levam a pessoa a acreditar que novas doses são desnecessárias.
O Dr. João Carlos alerta: "o reforço garante proteção contra novas infecções graves. O vírus sofre mutações e pode burlar nosso sistema imunológico". Por outro lado, uma eventual nova infecção costuma ser cada vez menos grave e menos sintomática, quando há as doses de reforço.
O temor de efeitos pós-imunização não se justifica, diz o pneumologista. "São efeitos adversos simples, de duração pequena. Geralmente, é dor no local da injeção, calafrios. Mas isso mostra que o sistema imunológico está sendo testado e a reação está sendo bem robusta".
A lista de doenças que ameaçam ressurgir inclui a poliomielite, um tipo de inflamação que, em razão de seus efeitos, também é chamada de paralisia infantil. "É uma doença que traz graves sequelas", relata o Dr. João Carlos.
Crianças em risco
O Ministério da Saúde e as secretarias estaduais citam comumente as crianças como um dos grupos mais vulneráveis num cenário de baixa imunização. No caso da covid-19, há outra situação: apenas um em cada três jovens entre 18 e 24 anos recebeu a terceira dose.
"Toda doença que tiver uma vacina, a pessoa deve ir lá e tomar. As vacinas têm segurança, é o remédio que mais foi testado no mundo e os efeitos adversos foram bem pequenos". Sites das prefeituras da região apontam locais e horários de atendimento à população. Também estão ocorrendo campanhas aos finais de semana. Em caso de dúvida, as pessoas devem procurar ajuda de um profissional de saúde.
João Carlos Rodrigues de Almeida
Médico pneumologista do Sistema Hapvida
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