Dia das Mães: mulheres que conciliam maternidade e os negócios
Conciliar a carreira de empreendedora e a maternidade não é uma tarefa fácil. No desafio de equilibrar a balança entre a vida pessoal e profissional, é preciso jogo de cintura, paciência, estratégia e muita dedicação. O ditado que diz que “mães são todas iguais” não poderia estar mais errado, já que a relação entre empreendedorismo e maternidade acontece de formas diferentes na vida de cada uma. Há as que almejam flexibilidade no trabalho para ter mais tempo para a família, as que tomam coragem para empreender junto com os filhos e também aquelas com crianças pequenas que, ao voltar do período de licença, enfrentam as portas do mercado de trabalho fechadas.
Rafela Rigon, mãe de Anna Laura e Mariana começou seu empreendimento na pandemia, ao abrir uma loja de roupas femininas, a Amar, após deixar o emprego. “No início, encarei o desafio de empreender para ter uma renda extra, mas, depois, virou necessidade devido ao fechamento das escolas”, conta. “Precisava de horários flexíveis e também passar mais tempo com minhas filhas, que sempre foram minhas prioridades”. No entanto, segundo ela, sobre as dificuldades, as principais são “realmente conciliar, loja, casa, esposo, filhos e vida social. Não importa se durante o seu dia você fez 1001 coisas, sempre será pouco”, brinca.
Surpreendida por uma gravidez não planejada, Giuliana Marques, que estava abrindo na época uma escola de educação bilíngue precisou acelerar os processos operacionais para que a unidade já estivesse rodando antes do nascimento do filho. “Foi como se eu estivesse me preparando para ter dois bebês. Tinha uma carreira empreendedora anterior e estava para iniciar uma nova etapa, abrindo minha primeira franquia”, conta.
Giuliana trabalhou até dois dias antes do parto e retornou ao serviço 15 dias depois. “Uma das salas virou meu local de amamentação e de apoio, meus funcionários me ajudaram muito, viramos uma grande família”, relata. Hoje com sete anos, o filho continua acompanhando de perto a rotina da mãe. “Ele participa como aluno, contribui nas celebrações e principalmente no feedback sincero sobre a estrutura”. Para as mulheres que têm medo da maternidade e do empreendedorismo, Giuliana reforça: “realmente é bem difícil, mas as melhores coisas na vida são aquelas mais difíceis de conquistar”.
Erica Toledo de Julio é mãe de Mateus e Murilo e proprietária da loja online, Malilo Kids. Na pandemia, ela também foi demitida da empresa onde trabalhava e por isso resolveu empreender nessa área. “Trabalhar em casa foi a opção de ganhar uma renda extra e ao mesmo tempo cuidar dos filhos que estavam em aulas online”, diz. Erica conta que juntou o útil ao agradável. “Sempre gostei muito de trabalhar com roupas infantis, é muito gratificante. E depois que me tornei, passei a gostar mais ainda”. No entanto, como toda profissão, ela ressalta que existem as dificuldades. “Penso que uma das principais dificuldades que enfrentamos é a grande concorrência, principalmente, de lojas maiores, que conseguem um preço melhor pelo volume de compras”, finaliza.
Carina Soares de Oliveira, mãe de duas crianças, entrou para uma rede de blindagem e higienização de estofados durante a pandemia com intuito de ter flexibilidade para poder ficar mais tempo com a família, um processo que ensinou bastante a ela. “Aprendi a me posicionar mais e hoje não me culpo e nem me cobro. Tenho tempo de qualidade com meus filhos, separei duas horas só para brincar com eles e é gratificante ver os benefícios na vida deles, como menos ansiedade e com mais foco na escola”.
O nascimento de Manuela foi muito desejado pela enfermeira Ana Luiza Almeida. A bebê arco-íris, que chega após a perda de outro filho, chegou em plena pandemia e mudou completamente a vida da profissional que trabalhava no maior hospital de São Paulo. “A função demandava uma grande disponibilidade de tempo e ainda durante a gestação avaliei que não faria sentido voltar em meio à crise pandêmica depois de buscar tanto ser mãe”, explica. Assim, passou a pesquisar modelos de negócio que não pararam de funcionar durante o isolamento social e encontrou uma rede de lavanderias self-service. Após um ano dedicado à filha, o negócio foi inaugurado e, hoje, Ana Luiza, consegue prestar um serviço de qualidade aos clientes e ter tempo para fazer as refeições junto à filha, colocar para dormir, e estar presente no desenvolvimento da pequena que em breve completará 2 anos.
Comentários
Compartilhe esta notícia
Faça login para participar dos comentários
Fazer Login