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Em média, 29 pessoas são diagnosticadas com TEA em Limeira

O Centro de Controle de Doenças e Prevenção (CDC) aponta uma criança com autismo a cada 44 nascimentos. Segundo os estudos, aproximadamente 1% da população mundial esteja dentro do espectro do autismo, a maioria sem diagnóstico ainda. A estimativa da OMS é de que o Brasil pode ter mais de 2 milhões de autistas. Em dados locais, a Secretaria de Saúde de Limeira informou que 29 pessoas são diagnosticadas pela rede municipal de saúde a cada mês com o Transtorno do Espectro Autista. Este ano, pela primeira vez, será questionado sobre autismo no Censo do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).

A data sobre a conscientização dessa condição é lembrada hoje, 2 de abril e foi criada em 2007 pela ONU (Organização das Nações Unidas). Pode-se dizer que há vários tipos ou subtipos de autismo, pois o transtorno é caracterizado por déficits, de qualquer nível, em duas importantes áreas do desenvolvimento: comunicação social (socialização e comunicação) e comportamento (movimentos repetitivos e interesses restritos). O Transtorno do Espectro do Autismo (TEA), portanto, afeta cada pessoa de maneira única. Não há um autista igual ao outro — nem em gêmeos idênticos.

LIMEIRA

Em Limeira, o Centro de Especialização Municipal do Autista (Cema) realiza atendimentos multidisciplinares, mas não supre a demanda atual. Segundo informações do projeto Inclusão Já, cerca de 200 crianças ainda aguardam para acolhimento. A média de espera é de 1 ano. Recentemente, a Prefeitura também divulgou que o local será transferido para outro prédio já que a estrutura atual não está comportando a demanda de novos pacientes atendidos. Em média, 29 pessoas são diagnosticadas pela rede municipal de saúde a cada mês com o Transtorno do Espectro Autista.

“Existe uma demanda urgente para um tratamento e um olhar com mais afinco em relação ao tratamento de TEA (Transtorno do Espectro Autista) e não só em Limeira, mas toda a sociedade precisa acolher e buscar informações. Existe um rótulo por falta de informação. O atendimento especializado já não é uma questão de saúde e educação, mas um problema humanitário”, disse José Milton, pai de um adolescente com o espectro.

CAMPANHA

Este ano, a campanha nacional para celebrar o Dia Mundial de Conscientização do Autismo traz o tema "Lugar de autista é em todo lugar!" (com a hashtag #AutistaEmTodoLugar), pedindo inclusão em todos os aspectos, em todos os âmbitos, em todo lugar. O cartaz oficial da campanha é estrelado pelo André, o personagem autista da Turma da Mônica, graças à parceria da Revista Autismo com o Instituto Mauricio de Sousa.

Em Limeira, um grupo de pais de autistas e apoiadores inclusivos realizam hoje, a partir das 14h, no Parque Cidade, um evento de conscientização e troca de experiências. O momento de lazer é voltado para todas as famílias.

DIFICULDADES

Recentemente, a Gazeta noticiou as dificuldades dos pais de Limeira pela falta de monitores ou cuidadores nas escolas para seus filhos. “Meu filho tem laudo, ele precisa de um cuidador, mas a escola me disse que não tem como ficar com ele porque não tem monitor para cuidar dele”, afirmou uma das mães. Elas informam que além do transtorno da falta de acompanhantes para seus filhos, ainda possuem problemas com a saúde pública. “O que me deixa chateada é que tudo é difícil, laudo, advogado, com apenas 4 anos, meu filho tem 20 processos na justiça, brigando pelos seus direitos, inclusive o último eu protocolei na semana passada na defensoria pública pedindo uma AT (Assistente Terapêutica) já que é lei é direito dele”, disse.

José Milton ressalta que a judicialização deveria ser o último recurso. “Para a inclusão, é necessário que haja um tripé entre família, saúde e educação. A judicialização é o último estágio. Precisamos sim garantir o direito do atendimento, mas é preciso que haja conscientização, ampliação dos estudos, acolhimento social e acima de tudo, empatia e amor ao próximo”, afirma.

Como identificar sinais de autismo

A Revista Autismo divulgou que se criança apresentar algum dos sintomas listados abaixo já justificam uma suspeita para se consultar um médico neuropediatra ou um psiquiatra da infância e da juventude. José Milton explica ainda que nem toda criança com espectro apresenta alguma síndrome ou comorbidade. “Com o tratamento adequado, as crianças conseguem viver bem. O autismo não é uma doença, mas sim um modo diferente de se expressar e reagir”, afirma.

Pessoas com autismo podem apresentar algumas características específicas como: mão manter contato visual por mais de 2 segundos; não atender quando chamado pelo nome; isolar-se ou não se interessar por outras crianças; alinhar objetos; ser muito preso a rotinas a ponto de entrar em crise; não brincar com brinquedos de forma convencional; fazer movimentos repetitivos sem função aparente; não falar ou não fazer gestos para mostrar algo; repetir frases ou palavras em momentos inadequados, sem a devida função (ecolalia); não compartilhar seus interesses e atenção apontando para algo, ou não olhar quando apontamos algo; girar objetos sem uma função aparente; interesse restrito ou hiperfoco; não imitar e não brincar de faz-de-conta.

 

 

 

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