Deficientes auditivos: anúncio de mudança de prédio causa desconforto
O anuncio da mudança de endereço do atendimento prestado no Centro João Fischer causou indignação por parte das mães de alunos com deficiência auditiva (DA). Hoje, o local de atendimento fica no centro da cidade, mas deve mudar para um imóvel localizado na Avenida Lauro Correa.
De acordo essas mães, os pais dos alunos não foram comunicados sobre a mudança e foram pegos de surpresa ao lerem postagens nas redes sociais sobre a utilização do imóvel onde funciona o Centro João Fischer para o atendimento realizado pelo Centro de Especialização Municipal do Autista (Cema).
Uma das mães contou que o grupo participou de uma reunião com o prefeito Mario Botion, com representantes do Centro de Promoção Social do Município (Ceprosom) e do Centro João Fischer, e que somente neste encontro foram informadas que o atendimento dos alunos com deficiência auditiva seria transferido para outro imóvel na Avenida Lauro Correa. “Não houve nenhuma conversa anterior da parte do Prefeito, nem do Ceprosom. E nessa reunião, Mario deixou claro que estava fazendo um favor de conversar conosco. Disse que ele enquanto prefeito poderia fazer essa mudança a hora que ele quisesse, sem falar com a gente. Eu achei isso um absurdo porque a população merece esclarecimentos e eles têm que ouvir o que nossos filhos precisam”, disse ela.
“Quando perguntei por que esse assunto não foi tratado antes com a gente, ele disse que foi um esquecimento, ‘eu esqueci’, então quer dizer que a parte afetada é esquecida? ”.
As mães reclamam que a mudança prejudicará o atendimento dos alunos, por causa da distância e do tempo de deslocamento. “O local no centro é bom em todos os aspectos. A maior parte dos atendimentos complementares dos nossos filhos já são feitos na região central e a transferência para um local tão afastado fará com que tenhamos que abrir mão de algumas dessas terapias”, pontuou uma delas. “O local é de difícil acesso, eu, por exemplo, que pego apenas um ônibus para ir até o centro, vou precisar pegar dois, e isso é muito complicado porque atrasa demais e prejudica o desenvolvimento das atividades”.
Elas disseram ainda que não consideram o novo local de atendimento apropriado para receber o Centro, pois o prédio abrigará uma série de serviços da Prefeitura, o que levará muitas pessoas a transitarem pelo local, colocando as crianças em risco. “Não é justo as crianças terem que ficar junto com outros 11 serviços que não têm nada a ver com elas. Elas terão que ficar entocadas no fundo de um prédio, em duas saletas. Imagine o fluxo que pessoas que passarão por lá. Vai misturar adultos com crianças é muito perigoso, não vai dar certo”, desabafa.
DIREITOS HUMANOS
A Comissão de Direitos Humanos da Câmara de Limeira recebeu algumas dessas mães para ouvir as demandas sobre essa mudança.
O vereador Betinho Neves (PV), presidente da Comissão, colocou o colegiado à disposição delas e disse que procurará o prefeito para apresentar as demandas e verificar se existe uma solução alternativa. Além disso, a Comissão deliberou pelo encaminhamento de ofício à Prefeitura questionando sobre a possibilidade de manter o atendimento dos alunos com deficiência auditiva do Centro João Fischer na região central da cidade, ou de aumentar o número de veículos que fazem o transporte das crianças.
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