Servidores da educação fazem paralisação em escolas
Profissionais da educação da rede municipal de todas as regiões de Limeira se mobilizaram ontem junto às suas escolas e ao Sindicato dos Funcionários e Servidores Públicos Municipais de Limeira (Sindsel). O objetivo foi protestar contra a contra a aprovação do repasse de verbas da Prefeitura para a empresa Sancetur, que opera o transporte coletivo. O projeto de lei foi votado em regime especial de urgência na Câmara Municipal na última segunda-feira, dia 29.
De acordo com o sindicato, os protestos foram importantes para que toda a população de Limeira tivesse conhecimento da situação. Os profissionais atrasaram as entradas nas escolas em 1 hora e o ato recebeu apoio de mães e motoristas, que passavam pelo local.
Mães também apoiaram protesto de servidores nas escolas (Foto: Divulgação)
“Nós que estamos dentro da escola, sabemos de todas as dificuldades que enfrentamos diariamente, infraestrutura precária, falta de material. Achamos uma afronta esse repasse de mais de R$ 5 milhões para a empresa de transporte. Há muito o que fazer dentro das escolas, precisamos nos posicionar e impedir esse absurdo. O sucateamento da educação pública é muito sério e atinge os filhos da classe trabalhadora e precisamos falar sobre isso. A população de Limeira precisa dizer não ao governo Botion”, afirmou uma servidora.
O sindicato ressalta a importância do transporte coletivo, mas não concorda com a forma que o dinheiro tem sido transferido para a empresa, que recebeu diversos subsídios durante a pandemia. “O maior agravante dessa situação em particular está na retirada de verbas da educação, e até mesmo de verbas que deveriam ser repassadas para os profissionais desse segmento. No entanto, essas verbas estão sendo entregues para uma empresa privada. Há muitas demandas a serem cumpridas na rede municipal e, ao contrário do que afirmou o secretário de Educação [André de Francesco] em um de seus pronunciamentos, não há sobras na Educação. Na verdade, faltam investimentos para suprir necessidades básicas, como papel higiênico”, pontua.
Profissionais de diversas escolas municipais paralisaram as atividades na manhã de sexta-feira, dia 3, para protestar contra repasse de verba (Foto: divulgação)
O sindicato ainda disse que recebe denúncias, como brinquedos danificados sem manutenção, ambientes interditados por falta de estrutura e, até mesmo, vazamentos no teto dentro de salas de bebês.
Na segunda-feira, dia 6, os servidores continuam com os protestos na Câmara Municipal, às 18h, com participação dos servidores da educação.
Servidores estão indignados com repasse de verba da educação para a empresa que opera o transporte público (Foto: Divulgação)
CPP apoia mobilização na Câmara
O Centro do Professorado Paulista – Regional Limeira (CPP) publicou nota de apoio ao ato de mobilização marcado para segunda-feira, na Câmara Municipal. “É preciso entender que os recursos da educação devem ser usados na educação, ainda mais em um cenário pandêmico, no qual a ausência destes valores pode gerar problemas dentro de um contexto escolar já comprometido devido aos quase dois anos de incertezas e interrupções causadas pela pandemia”, diz em nota.
Outro ponto de discordância que o CPP faz questão de manifestar, é a forma como foi votada a iniciativa: às pressas e sem tempo hábil para um bom debate público. “No site [www.cpplimeira.com.br] e redes sociais, a entidade já publicou o apoio e pede para que os sócios igualmente estejam presentes a participem da mobilização”.
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