Osteoporose: doença silenciosa que, se não tratada, pode ser fatal
“A osteoporose pode ser prevenida e tratada. Existem várias medicações disponíveis, que atuam sobre a reabsorção óssea e sobre a formação do osso”, explica César Cortez
O último dia 20 de outubro foi o Dia Mundial da Osteoporose e, segundo dados da Fundação Internacional de Osteoporose (IOF), o problema atinge cerca 200 milhões de mulheres no mundo todo e dez milhões de pessoas no Brasil. Esse número alarmante deve crescer 30% até 2050, uma vez que se trata de uma doença silenciosa e, por conta do envelhecimento da população, a tendência é de que realmente o número de pacientes cresça nos próximos anos. Por ser uma doença silenciosa, ela pode evoluir para fraturas, sendo a do quadril a mais temida e, se não tratada, pode ser fatal.
A incidência em pessoas cima de 60 anos é significativamente maior quando comparada a pacientes mais jovens. Porém, o que muitos não sabem é que o tamanho e a quantidade de massa óssea mudam ao longo da vida e, consequentemente, as necessidades nutricionais para mantê-los fortes e saudáveis também. O cálcio e a vitamina D, por exemplo, são nutrientes essenciais para uma boa saúde óssea em qualquer fase da vida. Cada um deles, nas quantidades específicas, desempenham papéis extremamente importantes para a manutenção de ossos fortes.
Segundo dados da revista Brasileira de Reumatologia, os fatores de risco mais importantes relacionados à osteoporose e a fraturas na pós-menopausa são: idade, sexo feminino, etnia branca ou oriental, história prévia pessoal e familiar de fratura, baixa Densitometria Mineral Óssea (DMO) do colo de fêmur, baixo índice de massa corporal, uso de glicocorticoide oral (dose ≥ 5,0mg/dia de prednisona por período superior a três meses), fatores ambientais, inclusive o tabagismo, ingestão abusiva de bebidas alcoólicas (≥ três unidades ao dia), inatividade física e baixa ingestão dietética de cálcio.
Em entrevista ao Fato & Versão, César Cortez, que é médico ortopedista da clínica Clifol, esclarece algumas dúvidas acerca dessa doença.
O que é a osteoporose?
Osteoporose é uma doença resultante da perda gradual da substância óssea que ocorre naturalmente com o envelhecimento, em todos os indivíduos. Isso produz fragilidade do osso e aumenta o risco de fraturas, especialmente do quadril, coluna e punho.
É verdade que a osteoporose é mais comum em mulheres? Por que?
Sim, embora possa acometer ambos os sexos, é muito mais frequente nas mulheres, após a menopausa, devido à diminuição dos hormônios femininos, os estrógenos.
Quais são os fatores de risco para o surgimento da doença?
- História familiar de osteoporose;
- Menopausa precoce (antes dos 45 anos de idade);
- Raça branca;
- Estrutura física magra e pequena;
- Fratura anterior causada por pequeno trauma;
- Uso de certas medicações, como os corticóides;
- Fumo;
- Álcool em excesso;
- Vida sedentária;
- Dieta pobre em cálcio.
Quais são os sintomas da osteoporose?
Essa é uma doença silenciosa, normalmente produz poucos sintomas. No entanto, a queixa de dor nas costas é a mais comum.
Quais exames devem ser feitos para obter o diagnóstico?
O diagnóstico da osteoporose é geralmente realizado por meio da desintometria óssea. Um exame simples, rápido e indolor, parecido com uma radiografia.
Essa doença tem cura? É possível reverter, ou seja, repor a perda de massa óssea que foi perdida?
A osteoporose pode ser prevenida e tratada. Para o tratamento, existem várias medicações disponíveis, como remédios que atuam sobre a reabsorção óssea e outros que atuam sobre a formação do osso.
Como prevenir o surgimento da doença? Exercícios físicos são recomendados para quem tem osteoporose?
É possível reduzir o risco da doença mudando alguns hábitos de vida, como deixar de fumar, reduzir o consumo de bebidas alcoólicas, praticar exercícios físicos regularmente e manter uma dieta rica em cálcio. Os exercícios são eficientes não só na formação da massa óssea, mas também para melhorar o equilíbrio, a força dos músculos e a coordenação, evitando assim as quedas e fraturas, tão comuns em pessoas de mais idade.
O cálcio ingerido em alimentos derivados de leite já é suficiente por si só para a prevenção ou é preciso tomar suplementos?
A necessidade diária de cálcio do ser humano é, em média, 01 grama por dia. Alguns estudos demonstram que o consumo de leite e derivados ainda é a melhor maneira de atingir as necessidades de cálcio, porém quando as necessidades não são atingidas com a alimentação, faz-se necessária a suplementação medicamentosa.
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