AVC: diagnóstico precoce é fundamental para a recuperação
Uma pessoa que sofre um AVC tem até quatro horas e meia para utilizar o medicamento específico (trombolítico) para reduzir ou evitar as sequelas permanentes.
Hoje é o Dia Mundial de Combate ao AVC, popularmente conhecido como derrame. De acordo com o Ministério da Saúde, é uma das principais causas de morte ou incapacidade com sequelas permanentes em nosso país.
Mundialmente essa condição é alarmante sendo identificada uma morte por derrame cerebral a cada seis segundos, independentemente da idade ou sexo do paciente. Segundo a Organização Mundial de AVC, 70 mil brasileiros morrem de AVC todos os anos – essa é a doença que mais mata no país. Um em cada 10 pessoas que sofreram um AVC terão outro ataque nos últimos 12 meses seguintes.
De acordo com Agnaldo Alcântara, neurocirurgião e intensivista da Unimed Limeira, o AVC é uma doença que se instala de forma aguda, levando às vítimas a apresentarem sintomas súbitos de alteração da visão, da fala e/ou alterações de movimentos, mais frequentemente em um lado do corpo e/ou alteração do equilíbrio.
“Essas alterações súbitas são ocasionadas ou por obstrução aguda de vasos ou por ruptura espontânea dos vasos intracranianos”, diz.
Fraqueza ou formigamento na face, no braço ou na perna, dor de cabeça súbita, intensa e sem causa aparente também podem ser sinais de que uma pessoa está tendo um AVC.
PRINCIPAIS DÚVIDAS
Em uma entrevista à Gazeta, o médico esclarece algumas dúvidas sobre a doença e ensina a reconhecer um AVC.
Quais são os tipos de Acidente Vascular Cerebral?
Existem dois tipos: o isquêmico e o hemorrágico.
O isquêmico ocorre quando há o bloqueio de uma artéria, impedindo que o sangue possa chegar até o cérebro;
Já o hemorrágico, ocorre quando há ruptura de um vaso intracraniano, com extravasamento do sangue no interior das estruturas cerebrais.
Quais fatores podem levar ao AVC e como prevenir?
Existem diversos fatores que podem aumentar a chance de levar ao AVC:
- Hipertensão arterial; diabetes; tabagismo; consumo frequente de álcool e drogas; estresse; colesterol elevado; doenças do coração, sobretudo as que produzem arritmias; sedentarismo e doenças do sangue que podem alterar a coagulação.
Como podemos prevenir o AVC?
Para prevenção é necessário:
- Exercícios físicos frequentes (de 30 minutos 5 dias da semana ou 40 minutos 4 dias da semana);
- Evitar cigarro e limitar o uso de bebidas alcoólicas;
- Manter uma alimentação saudável;
- Acompanhamento médico para avaliação e tratamento de hipertensão arterial, arritmia cardíaca, colesterol e triglicérides elevados e diabetes.
- Manter o tratamento de depressão e ansiedade, uma vez que essas doenças podem desencadear um AVC por conta das complicações.
Como reconhecer um AVC?
Por meio de um exame rápido:
- Pedir para a pessoa mostrar os dentes ou sorrir (ver se ocorre desvios na boca);
- pedir para ficar em pé, com os braços elevados (ver se um dos braços não consegue manter-se elevado e se não apresenta alteração do equilíbrio);
- pedir para falar uma frase ou seu nome (ver se está com dificuldade para falar ou se não consegue falar).
Como é diagnosticado (qual exame) e qual tratamento?
Com a suspeita de AVC deve-se encaminhar ao hospital em caráter de urgência, serão feitos exame neurológico, exames de sangue, eletrocardiograma e RX de tórax e Tomografia de crânio sem contraste. Se não houver sangramento, é um AVC isquêmico, e estando com início dos sintomas de até 4 horas e meia, pode ser realizada a trombólise, que é um procedimento com uma medicação que dilui o coágulo que está obstruindo o vaso do cérebro, podendo assim reverter o AVC agudo, sendo necessário manter o tratamento com medicações específicas para a doença que levou ao AVC.
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