Putin propõe criação de um novo sistema de pagamento internacional
O presidente da Rússia, Vladimir Putin, propôs ontem a criação de um sistema de pagamento para o Brics (grupo de países emergentes do Sul Global) com o objetivo de apoiar as economias do bloco. O Kremlin pressiona por uma alternativa ao modelo atual de transações bancárias - o Swift.
A criação permitiria a Moscou negociar com parceiros, driblando as sanções impostas por países ocidentais após a invasão da Ucrânia, em fevereiro de 2022. De acordo com Putin, a plataforma sugerida poderia se tornar "um poderoso instrumento de apoio às economias do Brics, além de prover recursos financeiros aos países do Sul e Leste Global".
"A estratégia do Brics na arena global está em conformidade com os esforços da parte principal da comunidade global, a chamada maioria global", disse Putin, no início da reunião de ontem. "Essa abordagem é especialmente relevante nas condições atuais, quando mudanças verdadeiramente radicais estão em andamento em todo o mundo, incluindo a formação de um mundo multipolar."
Putin acusou os EUA de "transformar o dólar em uma arma" e descreveu isso como um "grande erro". "Não somos nós que nos recusamos a usar o dólar", disse. "Mas se eles não nos deixam trabalhar, o que podemos fazer? Somos forçados a buscar alternativas." O presidente russo também propôs a criação de uma nova plataforma de investimentos do Brics, dizendo que ela poderia se tornar uma ferramenta poderosa de política econômica e fornecer recursos financeiros aos países do Sul Global.
Guerra
O presidente da China, Xi Jinping, defendeu ontem o papel do Brics em garantir a segurança global. "Devemos trabalhar juntos para transformar o Brics em um canal primário para fortalecer a solidariedade e a cooperação entre as nações do Sul Global e uma vanguarda para o avanço da reforma da governança global", disse
Xi lembrou ainda que China e Brasil apresentaram um plano de paz para a Ucrânia e estão em busca de apoio internacional para implementá-lo. Um dos objetivos da proposta é congelar os avanços militares nos campos de batalha. O governo ucraniano já rejeitou a proposta.
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