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Brasil encerra os Jogos Parapan-Americanos de Santiago com a melhor campanha da história

O Brasil se despede de Santiago com muito a comemorar. O país somou 343 medalhas nos Jogos Parapan-Americanos do Chile, sendo 156 ouros, 98 pratas e 89 bronzes, e garantiu a melhor campanha de todos os tempos, superando os recordes de ouros e de pódios, que eram da edição de Lima 2019, com 124 medalhas douradas e 308 no total. 

Soberano no topo do quadro geral de medalhas desde o primeiro dia de competições, o Brasil terminou muito à frente do segundo colocado, os Estados Unidos, que somaram 166 medalhas (55 ouros, 58 pratas e 53 bronzes). Colômbia, México e Argentina completaram os cinco primeiros lugares. 

Das 343 medalhas conquistadas pelo Brasil, 335 tiveram a digital do Programa Bolsa Atleta do Governo Federal, ou seja, contaram com a participação de pelo menos um bolsista. Isso dá 97,66% do total. A delegação brasileira em Santiago contou com 339 atletas, incluindo goleiros do futebol de cegos, calheiros da bocha, pilotos e atletas-guia. Do total, 292 são apoiados pelo Bolsa Atleta, o equivalente a 86,72%. 

 

“É um resultado extraordinário, que comprova mais uma vez a força dos atletas brasileiros do paradesporto e a excelência do trabalho que vem sendo feito em conjunto com o CPB. Vamos trabalhar ainda mais para garantir estrutura aos atletas em todo o país e manter o Brasil como a maior potência das Américas”, disse o ministro do Esporte, André Fufuca. 

O presidente do Comitê Paralímpico Brasileiro (CPB), Mizael Conrado, festejou a campanha histórica em Santiago e lembrou que 40% dos atletas da delegação brasileira no Chile disputaram os Jogos Parapan-Americanos pela primeira vez. 

“A gente sabia que era um grande desafio fazer uma campanha melhor que Lima, mas os atletas mais uma vez superaram todas as marcas. A gente teve uma participação muito importante aqui com atletas jovens, foram mais de 100 medalhas conquistadas por atleta jovens. Realmente uma competição espetacular. A gente sai daqui muito orgulhoso e muito emocionado”, avaliou Mizael. 

Para Mizael, o apoio do Bolsa Atleta, incentivo que é pago direto aos atletas, é fundamental na preparação dos esportistas, permitindo que eles se dediquem somente aos treinos. “O Bolsa Atleta é fundamental. É um divisor de águas para o desenvolvimento do esporte no Brasil. O Bolsa permitiu que muitos atletas pudessem se dedicar exclusivamente ao esporte, como uma profissão, o que não acontecia antigamente. Então, eu diria que certamente, se não fosse pelo Bolsa Atleta, os resultados não seriam esses”, afirmou o presidente do CPB. 

Das 17 modalidades em disputa, o Brasil terminou em primeiro no quadro de medalhas de 10: atletismo, natação, bocha, judô, badminton, taekwondo, tênis de mesa e halterofilismo, além de ter sido campeão no futebol para ciegos e no futebol PC, para pessoas com paralisia cerebral.  No goalball, a seleção brasileira masculina foi ouro e a feminina, bronze, empatando assim com o Canadá, que ganhou no feminino e levou bronze no masculino.

 

Medalhas no último dia

No domingo (26.11), último dia de competições dos Jogos, o Brasil somou 10 medalhas. No parabadminton, foram oito: três ouros e cinco pratas. Destaque para o casal Edwarda Oliveira e Rogério Oliveira, que conquistaram o ouro nas duplas mistas SL3-SU5 e comemoraram no topo do pódio com direito a beijo apaixonado. Também foram ouro Daniele Souza, na WH1 feminina, e Marcelo Conceição, na WH1 masculina. 

Com isso, a delegação brasileira de badminton deu adeus aos Jogos Parapan-Americanos com 21 medalhas, nove de ouro, nove de prata e três de bronze, terminando em primeiro no quadro da modalidade. 

No ciclismo estrada, mais três medalhas para o Brasil neste domingo. As mulheres brilharam, com dois ouros conquistados: Bianca Canovas, na Road Race B, e Jady Malavazzi, Road Race H2-5. No masculino, Lauro Chaman foi responsável pela última medalha do Brasil em Santiago, ao garantir a prata na Road Race C4-5.

Colecionador de ouros

Entre os medalhistas, o destaque verde e amarelo em Santiago foi o nadador Douglas Matera. Ele foi o grande colecionador de ouros dos Jogos, somando oito medalhas douradas. Em todas as provas em que competiu, o carioca colocou a bandeira do Brasil no topo do pódio. 

"Sou do programa Bolsa Atleta do Ministério do Esporte, e esse programa beneficia milhares de atletas no país. Ele foi fundamental para que eu pudesse me dedicar integralmente ao esporte, como venho fazendo. Poder contar com esse benefício é fortalecer meus treinamentos, e isso se traduz em resultados", frisou o atleta. 

O multimedalhista conquistou os títulos parapan-americanos nas provas de 100m costas (S12), 100m borboletas (S12), 100m livre (S12), 200m medley (SM13), 400m livre (S13), 50m livre (S13), revezamento 4x100m livre (49p) e 4x100m medley (49p). 

Em número de medalhas conquistadas, a maior medalhista dos Jogos foi Cecília Araújo, que subiu no pódio em todas as nove provas que disputou no Parapan 2023: cinco ouros, três pratas e um bronze. 

Porta-bandeira

Quem ficou com a honra de ser o porta-bandeira na cerimônia de encerramento dos Jogos Parapan-Americanos de Santiago foi o lutador Nathan Torquato. Campeão paralímpico em Tóquio 2020, Nathan conquistou no Chile o bicampeonato parapan-americano no taekwondo, na categoria até 63kg. 

"É até difícil descrever a emoção de ser o porta-bandeira e representar o país inteiro, todos os atletas paralímpicos no encerramento dos Jogos. Conseguir uma medalha de ouro aqui na competição e, agora, para fechar com chave de ouro, carregar a nossa bandeira verde e amarela para o mundo inteiro ver", disse. 

A próxima edição dos Jogos Parapan-Americanos será em Barranquilla, na Colômbia, em 2027.

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