Edmar Ferreira

Ele é quieto, tímido, educado e bastante discreto. Muitas vezes anda sozinho pelo saguão do Limeirão. Parece estar sempre concentrado. A verdade é que essa reação que a Internacional teve no Paulistão muito se deve a entrada de Celsinho no time titular.
O lateral-direito, que ontem completou 34 anos, entrou e não saiu mais. E jamais foi contestado, pelo contrário, sobram elogios ao experiente ala, que rapidamente caiu no agrado do torcedor.
Logo após a derrota para a Ferroviária por 2 a 1, no Major Levy, o técnico Vinícius Bergantin decidiu mexer no time e o setor mais alterado foi a defesa. Celsinho, Matheus Mancini e Tito passaram a ser titulares.
E não foi só Celsinho que abraçou a titularidade com maestria. Os outros dois reservas também viraram titulares absolutos. A felicidade de Bergantin foi tão grande nessas trocas, que a média de gols sofrida pela Inter caiu bruscamente.
Celsinho é aquele típico lateral que "desce na boa". Ele se preocupa mais em defender do que atacar. É uma espécie de guardião. Talvez aí a explicação da melhora do setor. Ele marca muito forte, tem um bom preparo físico e às vezes é visto em campo como um terceiro zagueiro, ajudando Rodolfo Filemon e o próprio Mancini.
E Celsinho esperou sua chance chegar com muita tranquilidade, sem pressão, ou seja, naturalmente. Acontece que ele chegou depois de Léo Duarte, um dos jogadores de confiança do treinador.
Como Celsinho é muito competente e dedicado em tudo que faz, Bergantin arrumou um jeito de colocar seus dois laterais-direitos no time titular. Como Léo Duarte é versátil e no Ituano fazia a função de meia, o treinador arriscou essa formação justamente contra o Palmeiras, no Limeirão. Chegaram a chamar o comandante de louco. Mas o resultado foi muito positivo.
A aprovação de Bergantin foi tão grande, que nos jogos seguintes ele repetiu o esquema. Só mexia no parceiro de Ronaldo no ataque. Aliás, sua única dor de cabeça em todo campeonato. Faltou um extremo mais competente e decisivo.
Celsinho tem passagens por CRB, Vila Nova, Novorizontino, CSA, Novo Hamburgo, Cianorte, Bangu e Juventude. O atleta já ganhou dois títulos do Campeonato Alagoano, 2018 e 2019. Também foi duas vezes campeão da Série C do Brasileiro, em 2017 e 2020.