Ponto conquistado no Morumbi tira a Inter da zona do rebaixamento
Edmar Ferreira
A Internacional tinha um único objetivo quinta-feira à noite no Morumbi: não perder para o São Paulo e fugir da zona do rebaixamento. Atuando mais de 90% do jogo na defesa, o Leão conseguiu segurar o Tricolor e festejou o empate sem gols, em partida que fechou a 7ª rodada do Paulistão.
Com exceção da já esperada vitória do Corinthians sobre o São Bernardo por 3 a 0, na Néo Química Arena, os outros dois resultados do grupo foram benéficos para o Leão em termos de classificação para as quartas de final. O Guarani perdeu em Itu por 3 a 0 e o Água Santa foi derrotado em Bragança Paulista por 2 a 0.
A Inter segue em último lugar no Grupo A, com 7 pontos, mas tem a mesma pontuação de Água Santa e Guarani, seus concorrentes direto pela vaga à segunda fase. Acontece que os rivais têm duas vitórias até aqui e a Veterana apenas uma (3 x 0 Botafogo). É o primeiro critério de desempate.
Sobre o fantasma do rebaixamento, o ponto somado pela Inter no Morumbi foi tão importante que a tirou da zona da degola. Isso porque, a Ferroviária tem os mesmos 7 pontos e uma única vitória, porém seu saldo de gols é inferior a do alvinegro: -2. E justamente Inter e Ferroviária se enfrentam no domingo, às 20h30, no Limeirão. Veja só a importância desse jogo para o futuro dos clubes na divisão de elite.
Já o Santo André, do técnico Thiago Carpini, tem exatamente a mesma campanha da Inter. Vale lembrar que o Novorizontino é o último no geral, com apenas dois pontos.
Jogo
Ao contrário dos últimos jogos fora de casa, onde a defesa leonina falhou e muito, desta vez todos do sistema estiveram bem. Rodolfo Filemon por exemplo, foi perfeito no jogo aéreo. Já a torcida são-paulina, que compareceu em número razoável (15 mil), estava esperançosa pela terceira vitória seguida na competição. No fim, acabou vaiando a atuação do time.
Antes de começar a partida uma grande surpresa. Rafael Pin no gol leonino no lugar do lesionado Lucas Frigéri. Já no meio de campo, Lima foi o escolhido para a vaga do também lesionado Felipe Baxola. O que realmente não dá para entender é a insistência de Vinícius Bergantim com Diego Tavares no ataque.
No São Paulo, Rogério Ceni poupou Miranda, Reinaldo, Alisson e Rigoni. Deu chance a Léo Pelé na esquerda e ao garoto Pablo Maia, destaque na Copa São Paulo de Juniores, no meio de campo. No ataque, Calleri teve a companhia de Marquinhos.
Parece que a Inter assistiu o teipe de São Paulo x Santo André. Foi exatamente a mesma forma do Ramalhão jogar, mas com uma grande diferença: naquela ocasião Marquinhos marcou o gol da vitória tricolor nos acréscimos.
A Inter se fechou de uma tal maneira, que dificultou as ações do time da casa. O São Paulo dominou completamente a partida, mas não balançou a rede.
A primeira boa chance do São Paulo foi aos 23 minutos, quando Marquinhos cruzou da direita e Nikão mergulhou de cabeça para a defesa de Rafael Pin. Cinco minutos depois, cruzamento da esquerda e Gabriel Sara escorou com extremo perigo, rente ao poste do arqueiro leonino.
A Inter teve duas boas oportunidades na primeira etapa. Aos 25, Matheus Galdezani arriscou de fora da área e Jandrei espalmou em seu canto direito. Já aos 35, em contra-ataque rápido pelo corredor central, Léo Duarte mandou também de longe, e de pé esquerdo, e Jandrei desviou para escanteio. O artilheiro Ronaldo, autor de cinco gols, quase não pegou na bola. Em certo momento do jogo virou volante.
Enquanto Rogério Ceni voltou com a mesma equipe para a segunda etapa, Bergantim sacou Geovane para a entrada de Tito. E olha que o camisa 7 estava bem no jogo, muito melhor que Diego Tavares.
O Tricolor partiu para cima da Inter desde o primeiro minuto. Aos 9 minutos, após cobrança de escanteio pela esquerda, Gabriel Sara tentou a cabeçada, mas a bola sobrou para Calleri na pequena área. O argentino virou e bateu forte, mas o volante Matheus Galdezani se jogou na linha da bola e salvou o Leão. O camisa 20 foi eleito o melhor em campo pela equipe Pimba.
Aos 15 minutos, Ceni trocou a dupla de ataque. Saíram Nikão e Marquinhos e entraram Eder e Rigoni. A ideia era continuar com o plano de sufocar a Inter e chegar logo ao primeiro gol. Em seguida, Reinaldo e Alisson assumiram os lugares de Pablo Maia e Rodrigo Nestor.
Aos 26, o lateral Reinaldo cruzou fechado da esquerda e a bola acertou a trave esquerda de Rafael Pin. Imediatamente, Bergantim colocou Pedro do Rio na vaga de Diego Tavares para marcar individualmente o camisa 6. Deu certo. Já Ronaldo deu a vaga a Thiago Alagoano, reforçando o meio de campo.
Aos 35, após escanteio cobrado por Reinaldo, Eder apareceu na primeira trave e desviou. A bola subiu e bateu no travessão. Que susto. Cansado, Matheus Galdezani foi substituído por Celsinho. Depois, Matheus Mancini reforçou a zaga para a saída de Lima. O esquema tático leonino passou a ser 5-5-0.
Aos 43 minutos, novamente Eder. O atacante finalizou da entrada da área, a bola desviou em Celsinho e Rafael Pin fez excelente defesa. Nos acréscimos, Rogério Ceni até tirou um zagueiro, Diego Costa, e colocou mais um atacante, Juan. O time tentou aproveitar os seis minutos. Conseguiu uma série de escanteios, mas a Inter se segurou até o final. Ufa.
Com o resultado, São Paulo chegou aos 8 pontos em seis jogos, na vice-liderança do Grupo B. O líder é o São Bernardo, que tem 11 pontos e um jogo a mais. No próximo domingo, às 18h30, o São Paulo faz o clássico da rodada contra o Santos, na Vila Belmiro.
São Paulo 0 x 0 Internacional
Local - Morumbi
Árbitro - Vinícius Gonçalves Dias Araújo.
Público - 15.098 pagantes.
Renda - R$ 428.341,00.
São Paulo - Jandrei; Rafinha, Diego Costa (Juan), Arboleda e Léo Pelé; Rodrigo Nestor (Alisson), Pablo Maia (Reinaldo) e Gabriel Sara; Marquinhos (Rigoni), Calleri e Nikão (Éder). Técnico: Rogério Ceni.
Internacional - Rafael Pin; Léo Duarte, Rodolfo Filemon, Xandão e Rafael Carioca; Jhony Douglas, Matheus Galdezani (Celsinho) e Lima (Matheus Mancini); Geovane (Tito), Ronaldo (Thiago Alagoano) e Diego Tavares (Pedro do Rio). Técnico: Vinícius Bergantim.
Ocorrências - cartões amarelos Tito, Rodolfo Filemon e Eder.
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