Cine Mabê exibe obra de memórias da comunidade negra de Limeira
O
documentário “História Preta de Limeira”
estreia no dia 6 de dezembro, no Espaço Mabê Cultural, às 19h. A produção
aborda relatos sobre a presença negra na formação da cidade e busca construir
um registro até então ausente nos arquivos oficiais. A Gazeta de Limeira
conversou com os diretores e membros da equipe colaboradora para compreender as
escolhas que estruturam a obra e o percurso adotado em sua execução.
A concepção do documentário surgiu do interesse de Isabela Campos
e Vinicius Ferreira em registrar aspectos da história local que não aparecem em
fontes formais. A possibilidade de inscrição no edital das Leis de Fomento
abriu espaço para organizar o projeto em formato técnico. A diretora afirmou
que a aprovação garantiu condições para execução da pesquisa e da captação das
entrevistas.
Vinicius Ferreira relatou que a equipe iniciou o levantamento com
expectativa de encontrar registros dispersos, mas a ausência de documentos foi
maior do que se imaginava. Segundo ele, a consulta ao COMICIN, Conselho Municipal dos Interesses do Cidadão Negro
permitiu identificar moradores capazes de relatar experiências, trajetórias
familiares e vínculos com territórios de Limeira. O diretor afirmou que o grupo
estruturou uma frente de pesquisa para localizar pessoas que preservam
narrativas por transmissão oral, já que grande parte dos documentos sobre a
população negra não aparece em acervos públicos.
O diretor avaliou que as histórias
recolhidas dialogam com processos nacionais. Ele afirmou que o legado da
escravidão e o caráter estrutural do racismo no Brasil surgem nas falas dos
entrevistados. Para Ferreira, a produção foca Limeira, mas poderia retratar
outras regiões do país. O diretor apontou que a ausência de registros oficiais
amplia a importância do documentário como forma de preservação. Ele reforçou
que a obra reúne apenas parte do material coletado e que muitas trajetórias
permanecem fora do recorte final de 90 minutos. Segundo ele, a equipe espera
que o lançamento motive novos estudos e abra caminhos para o registro de outras
histórias.
Isabela Campos destacou que sua
experiência prévia na produção de outro documentário permitiu compreender a
organização técnica necessária para condução do processo. Vinicius Ferreira
afirmou que esta é sua primeira direção em formato documental. Ele explicou que
a montagem da equipe buscou profissionais com experiência suficiente para
estruturar o trabalho desde a pesquisa até a edição.
A produção recebeu apoio do
Governo Federal por meio da Secretaria de Cultura, via Política Nacional Aldir
Blanc de Fomento à Cultura e Sistema Nacional de Cultura. O projeto foi
concebido por Isa Pinheiro e Vinicius H. Ferreira. A direção é de Vinicius H.
Ferreira. A direção de produção é de Rafael Vitor. A direção de cena é de
Giovanni André. A produção executiva é de Rafhael Turati. O roteiro é de Isa
Pinheiro e Vinicius H. Ferreira. A pesquisa é assinada por Isa Pinheiro,
Jéssica Souza, Rafael Vitor, Rafhael Turati e Vinicius H. Ferreira. A operação
de câmera é de Giovanni André. A montagem é de Giovanni André e Rafhael Turati.
Felipe Souza responde pela edição de vídeo, animações e som. Fernanda Angélica
atua como intérprete de Libras. A narração é de Douglas Robinho e Jéssica
Souza.
A
programação do dia começa às 14h no Espaço Mabê Cultural, na Rua Major Antônio
Machado de Campos, 280, Jardim Piratininga. O local terá feira livre, palco
aberto, roda de conversa, bar e cantina. A sessão do documentário ocorre às 19h
e marca o início da circulação pública da obra.
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