Setores se unem em manifesto contra a reoneração da folha
Setores se unem em manifesto contra a reoneração da folha
Entidades de setores atingidos pelo fim parcial da desoneração da folha de pagamentos publicaram ontem, um manifesto pela manutenção do benefício. Uma saída ao impasse da reoneração, considerada fundamental à meta de zerar o déficit das contas públicas primárias, foi discutida em reunião do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, com o presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva
Representantes do setor produtivo estiveram nesta quarta no Congresso para pressionar pela derrubada da medida provisória que inclui a volta da cobrança patronal de 17 setores desonerados. Como parte da mobilização, foi publicado um manifesto a favor da "discussão democrática da desoneração da folha de pagamento".
A manifestação é assinada por 35 associações e sindicatos patronais que representam diversos setores - entre eles, construção, indústrias têxtil, de calçados e de bens de capital, e telecomunicações. As entidades reivindicam que a desoneração da folha seja retirada da medida provisória - que também trata do fim de benefícios fiscais ao setor de eventos e do limite às compensações tributárias das empresas - e seja encaminhada por um projeto de lei.
As entidades que assinam o manifesto dizem que o governo insiste em acabar com uma política que gerou mais de 215 mil postos de trabalho no ano passado. A política da desoneração, argumentam, ajuda a diminuir, por exemplo, o custo social com os pagamentos de auxílio-desemprego.
O manifesto também critica o que consideram ser um desrespeito às votações do Congresso, que, após aprovar a continuidade da desoneração até 2027, derrubou o veto do presidente Lula contra o benefício. A reoneração é, assim, classificada pelas entidades como "antidemocrática, autoritária e inconstitucional".
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