Diabetes: Limeira tem alta incidência de amputações de pés
Dados divulgados na Câmara Municipal ressaltam a importância da conscientização
Com cerca de 25 mil diabéticos na cidade de Limeira, a doença que atinge quase 7% da população brasileira teve destaque na última sessão ordinária da Câmara Municipal, com dois projetos de lei aprovados. O primeiro, estabelece o "Dia Municipal do Diabetes" no Calendário Oficial de Eventos do Município. A proposta contou com a colaboração dos cidadãos legisladores Beatriz Maria Chanquetti, Bibiana de Oliveira Muscalu, Julia Bonin e Rafael Tavares, um grupo de estudantes da Faculdade de Ciências Aplicadas de Limeira (FCA-Unicamp).
O segundo projeto assegura ao corpo docente e discente das escolas da rede municipal de ensino de Limeira a conscientização acerca do processo de educação em diabetes. Ele também teve a colaboração das cidadãs legisladoras Nádia Esteves dos Santos e Flávia KuritaVaroli, do Grupo de Apoio aos Diabéticos de Limeira (GAD).
Criado em 2019, o GAD Limeira é uma rede de trocas de experiências.Em busca de orientações sobre a doença diagnosticada no filho, Janaína Azevedo formou o grupo com outras mães, familiares e pessoas em busca de informações sobre o diabetes. Hoje, o Grupo promove atividades em escolas e auxilia em demandas relacionadas a doença na cidade.
Na proposta com colaboração dos membros do GAD, as atividades devem ser realizadas ao longo do mês de novembro e o objetivo é contribuir para um ambiente escolar favorável ao bom manejo do diabetes mellitus tipo 1. Na justificativa, o autor destaca que essa é uma das doenças crônicas mais graves e chega a atingir mais de um milhão de crianças e adolescentes no mundo.
“O diabetes nas escolas é um dos aspectos mais complexos e árduos de tratamento, principalmente pela carência de conhecimento sobre o assunto, o que pode gerar prejuízos no processosocioeducacional. O bullying acontece com frequência nas crianças com diabetes mellitus tipo 1, e a maioria dos casos acontece dentro do ambiente escolar”, pontuou Everton.
Nádia Esteves dos Santos tem diabetes desde os 10 anos de idade. Hoje ela atua no GAD e reforça a importância da educação sobre a doença nas escolas. “Passei por todo esse processo dentro do ambiente escolar e vendo de perto os profissionais não sabendo agir com uma criança com diabetes. Por isso nossa ideia é trazer de forma gratuita esses treinamentos que possam levar informação para os profissionais, por que quando a gente tem informação a gente sabe o que fazer e como agir”, afirma.
AMPUTAÇÕES
Na Tribuna Livre, Dryellen Duarte, podóloga, alertou sobre o aumento de 100% no número de amputações de membros inferiores em pacientes diabéticos em Limeira. A estatística levantada, segundo ela, por meio da Prefeitura, é referente ao período de 2017 a 2022.
O chamado pé diabético envolve uma série de alterações que podem ocorrer nos pés de pessoas com diabetes sem controle. “O pé diabético é um quadro de características que pode levar os pés a amputação. Nesse caso o paciente perde a sensibilidade, a ausência da circulação e consequentemente a um quadro grave de infecção que pode gerar o nível de amputação. Recentemente que pedi uma estatística para Prefeitura na cidade de Limeira e houve um dado de que houve um aumento de 100% nos níveis de amputação dos membros inferiores de 2017 a 2022, ou seja, isso indica de que o paciente quando tem diabete e tem uma lesão no pé, uma bolha, ou um ferimento, ele não procura o cuidado básico de imediato. Ele vai se auto medicando em casa, vai vendo na internet, e isso gera um nível grande e agravado de infecção e quando ele aparece ao médico já corre o risco de ter uma amputação”, explica.
PREVENÇÃO
Recomenda-se examinar diariamente os pés em um local bem iluminado, utilizando um espelho se necessário, para identificar possíveis problemas como frieiras, cortes, calos, rachaduras, feridas ou alterações de cor. Caso seja difícil realizar o exame sozinho, é aconselhável pedir ajuda a alguém.
O uso de meias sem costura, preferencialmente de algodão ou lã, é recomendado, evitando tecidos sintéticos como nylon. Ao cortar as unhas, é importante lavá-las e secá-las adequadamente, utilizando um alicate apropriado ou tesoura de ponta arredondada. O corte deve ser quadrado, com laterais levemente arredondadas, sem retirar a cutícula. Recomenda-se evitar idas a manicures ou pedicures, optando por profissionais treinados, como podólogos, e não cortar calos nem usar lixas sem orientação médica. É crucial manter os pés protegidos em todos os momentos, inclusive na praia e na piscina, evitando andar descalço. Estes cuidados visam prevenir complicações relacionadas ao diabetes nos pés.
CARTEIRINHA
Desde 2022, pessoas com diabetes podem solicitar a carteirinha que garante a entrada em espaços públicos e privados de Limeira, portando insulina, insumos, alimentos e aparelhos para monitorar a glicemia. O documento, denominado “Livre Acesso”, é emitido gratuitamente pela Secretaria de Saúde.
Os interessados em solicitar a carteirinha devem enviar, por e-mail, cópias dos seguintes documentos: RG, CPF, Cartão SUS e comprovante de residência. Além disso, é preciso encaminhar um laudo médico atestando a doença, emitido há, no máximo, seis meses. A pasta salienta que esse laudo deve estar devidamente assinado e carimbado pelo médico. Também é necessário anexar cópia colorida de uma foto 3x4 e informar o telefone de contato. O endereço do e-mail é: livreacessodiabetes@limeira.sp.gov.br. O prazo para emissão da carteirinha é de até 30 dias.
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