Butantan tenta substituir animais em testes de soros e vacinas
O Instituto Butantan anunciou que pretende diminuir o uso de animais em testes de qualidade de soros e vacinas e, para isso, se une à Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) e a outros organismos nacionais e internacionais com o objetivo de aplicar metodologias alternativas à utilização de animais dentro de seus laboratórios.
Um exemplo é a substituição dos testes de detecção de pirogênios e de endotoxinas em animais, que avaliam a presença de componentes bacterianos em produtos imunobiológicos, por metodologias alternativas. O método é o Teste de Ativação de Monócitos (Monocyte Activation Test ou MAT, na sigla em inglês) que substitui o teste de pirogênio padrão – no qual o produto é aplicado no coelho e, em caso de febre, indica uma possível contaminação. O MAT é feito com monócitos, que são células do sangue, ou com sangue total, no qual é colocado juntamente com o produto a ser testado. Se ele estiver contaminado, as células irão liberar interleucinas, o que indica a presença de pirogênios.
O Butantan e outros institutos de pesquisa estudam a viabilidade da implantação do MAT em seus estudos, apresentando os resultados preliminares para a Anvisa periodicamente. “Se se provar que o uso do método traz resultados tão ou mais satisfatórios que o uso de animais, o órgão regulador deve aprovar seu uso no país. O que não podemos fazer é simplesmente mudar o método se ele não se mostrar eficaz e seguro para a população”, diz a diretora da Qualidade.
Apesar de pesquisar tais procedimentos há vários anos, o Butantan foi impulsionado a acelerar os estudos após o Conselho Nacional de Controle e Experimentação Animal (Concea), colegiado do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI), publicar em 2019 uma resolução governamental estabelecendo um prazo máximo de cinco anos para a adoção de alternativas aos testes de pirogênio e de endotoxinas em animais por metodologias alternativas validadas por centros internacionais. O prazo se encerra em 2024.
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