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75% abusam do álcool acreditando beber moderadamente

Pesquisa realizada pelo Ipec (Inteligência em Pesquisa e Consultoria Estratégica) a pedido do CISA (Centro de Informações sobre Saúde e Álcool), mostrou que 55% dos brasileiros entrevistados são abstêmios e, entre aqueles que bebem, 27% bebem de forma moderada e 17% consomem de forma abusiva.  Os dados também apontam que 75% dos consumidores abusivos acreditam que bebem de forma moderada, sendo que apenas 13% reconhecem que precisam mudar seus hábitos e 11% admitem que bebem muito, mas não consideram ser um problema.

 

O alerta refere-se ao Dia Nacional do Combate às Drogas e ao Alcoolismo. A pesquisa de 2023 revela que 57% dos brasileiros desconhecem ou consideram a moderação acima dos parâmetros definidos para moderação. Um outro dado importante é que, observa-se uma diferença significativa entre a realidade do perfil de quem consome álcool e a percepção sobre o seu próprio consumo, especialmente entre consumidores moderados e quem exagera.

 

CONSEQUÊNCIAS

 

Essas doses, cada vez maiores, podem levar o corpo a um estado limite, onde todos os órgãos e o cérebro começam a ter seu funcionamento afetado. Para Amanda Mineiro, nutricionista da Alice, existem consequências imediatas ao consumo, mas algumas doenças podem surgir com o uso contínuo. “Desde a primeira dose, já podemos ter consequências, como desidratação, perda de sono e apetite, variação de humor, dores de cabeça, aumento dos batimentos cardíacos e alterações gastrointestinais. Mas o uso contínuo pode desencadear doenças, como a esteatose hepática - conhecida como “gordura no fígado” - gastrite, deficiências vitamínicas e alguns tipos de câncer”, explica Mineiro.

A Organização Mundial da Saúde classifica a dependência de drogas, sejam elas lícitas ou ilícitas, como uma doença e um desafio de saúde pública, que deve demandar, cada vez mais, a atenção de todos os países. A especialista também reforça que o álcool é considerado tóxico, psicoativo e gera dependência. “Ele é classificado como uma substância carcinogênica do grupo 1 – o maior grupo de risco da Agência Internacional de Pesquisa em Câncer, ao lado do amianto, radiação e o tabaco”, comenta.

O uso excessivo e prolongado dessas substâncias pode resultar em doenças graves, como cirrose hepática, e também pode levar a condições irreversíveis, como doenças cardiovasculares, que podem reduzir significativamente a expectativa de vida. A nutricionista ainda reforça que o álcool é capaz de causar outros prejuízos mentais e sociais.

ONDE E QUANDO BUSCAR AJUDA?


Ao notar sinais de perigo, mesmo que ainda pequenos e iniciais, é neste momento que se deve buscar ajuda médica. Só assim será possível mapear os gatilhos de consumo, trabalhar ferramentas que auxiliem a substituir o uso da substância indicada e, se necessário, adicionar o uso de medicamentos para o controle de impulsos.

"É fundamental buscar a orientação de um profissional qualificado ao lidar com questões relacionadas ao consumo de substâncias. Em muitos casos, recomenda-se a consulta a um psiquiatra, dada sua expertise na avaliação desses padrões de consumo e na identificação de possíveis soluções para cada situação específica", destaca a especialista.

 

Com mais de 6 mil grupos em todo o país e alcançando mais de 120 mil pessoas, o Grupo Alcoólicos Anônimos tem mais de 75 anos no país. Em Limeira, um dos grupos mais antigos fica localizado no Jardim Boa Vista. A sede fica na Avenida Mogi Mirim, 701 e as reuniões acontecem de segunda à sexta-feira, das 20h às 22h.

 

O propósito é que todos os membros “compartilhem suas experiências, forças e esperanças, uns com os outros, a fim de resolver seu problema comum e ajudar outros a se recuperarem do alcoolismo”. O único requisito para fazer parte do A.A é o desejo de parar de beber. Para mais informações, ou buscar ajuda, basta acessar o site: https://www.aaonline.com.br/index.php.

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