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Ministério da Saúde estuda disponibilizar vacina de dengue no SUS

A dengue, doença transmitida pelo mosquito Aedes aegypti, ainda é um sério problema de saúde pública em várias regiões do mundo, incluindo o Brasil. Em 2023, a maioria dos casos - mais de 2,6 milhões - foi registrada no Cone Sul, sendo o Brasil responsável por 80% deles, de acordo com dados da Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS).

Somente em Limeira, foram confirmados 513 casos, sendo mais de 4 mil notificações este ano. Ainda segue em aberto quase 200 casos, segundo balanço do Boletim da Vigilância Epidemiológica do dia 24 de novembro. No ano passado, nesse mesmo período, a cidade registrava 614 casos positivos.

Considerando o cenário epidemiológico e a necessidade de incluir mais uma alternativa para enfrentamento à doença, o Ministério da Saúde abriu consulta pública sobre a proposta de incorporação no Sistema Único de Saúde (SUS) da vacina contra a dengue. O imunizante Qdenga está em avaliação pela Comissão Nacional de Incorporações de Tecnologias no Sistema Único de Saúde (Conitec). 

Hoje a vacina está disponível apenas em laboratórios e farmácias, com média de preço entre R$300 à R$400. Nos dados avaliados pela comissão, foi verificada eficácia geral da vacina na redução da hospitalização em 84% dos casos de dengue.   

A Comissão recomendou inicialmente a incorporação do imunizante para localidades e públicos prioritários que serão definidos pelo Programa Nacional de Imunizações, considerando as regiões de maior incidência e transmissão e nas faixas etárias de maior risco de agravamento da doença. A restrição de público também considera a capacidade de fornecimento de doses por parte da fabricante.

Para propor uma estratégia nacional, o Ministério da Saúde questionou o quantitativo de doses que poderia ser fornecido ao SUS. De acordo com o laboratório, poderão ser entregues 8,5 milhões no primeiro ano e um total acumulado de 50 milhões em cinco anos, o que impõe restrições no público a ser atendido.

Todas as recomendações feitas pela Conitec são submetidas à consulta pública por um período de 20 dias. Considerando a projeção epidemiológica para o próximo verão, com a possibilidade de aumento de casos de dengue, para dar urgência na deliberação a consulta ficará aberta pelo prazo de 10 dias. Depois desse período, as contribuições e sugestões serão organizadas e avaliadas pela Comissão, que emitirá uma recomendação final.

A vacina deve ser administrada em um esquema de duas doses, com intervalo de 3 meses. De acordo com a ministra da Saúde, Nísia Trindade, o processo de incorporação da vacina contra a dengue está seguindo todos os critérios necessários. “A avaliação inicial favorável da Conitec, condicionada a uma adequada negociação de preços para a vacina ser usada na estratégia do PNI, nos dá certeza de que poderemos contribuir de modo ainda mais abrangente para o combate à dengue. Este processo de incorporação poderá se constituir em uma alternativa importante para auxiliar no enfrentamento da doença, alinhada às demais estratégias já implementadas atualmente”, destaca.

 

 

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