Como a guerra em Israel pode impactar economia brasileira
Economista avalia que conflito tem reverberação global, trazendo interrupções na cadeia de abastecimento
O economista Rodney Ribeiro, da WIT Invest, explica cenário econômico diante da guerra em Israel. Segundo ele, o conflito trará efeitos na economia também no Brasil, uma vez que o cenário tem uma reverberação global, trazendo assim interrupções na cadeia de abastecimento global.
“Isso influencia significativamente os preços dos produtos commodities e produtos industrializados. O Brasil, por ser uma economia bem relacionada, tende a sofrer os impactos nas exportações e importações. Além disso, afeta diretamente o mercado financeiro brasileiro, principalmente o mercado acionário”, comenta.
Ele pontua que a guerra entre Israel e o Hamas pode afetar o mercado global de petróleo e gás, mesmo que Israel não seja a principal fonte desses recursos. “A instabilidade na região deve afetar significativamente o fluxo de recursos, mesmo que Israel não seja a principal fonte de petróleo. Esse fator com certeza impactará significativamente o preço global do petróleo. A região do Oriente Médio é uma região cujo mercado é extremamente estratégico para essa commodity, e qualquer tensão ou movimentação causa um desequilíbrio no fornecimento”.
Do ponto de vista do investidor, ele analisa que, não somente nesse cenário, mas em qualquer cenário, é importante que o investidor esteja atento à volatilidade do mercado. “Para isso, existe a diversificação que é embasada em uma metodologia de avaliação de riscos, na qual todos os ativos do investidor devem ser pensados para suprir necessidades de curto, médio e longo prazo. Dessa maneira, a diversificação não se limita apenas ao cenário local, ou seja, ao Brasil; ela também é global. Por isso, é importante possuir diversificação de investimentos no Brasil e no exterior”.
O economista avalia que, para isso, é importante conhecer geopolítica, macroeconomia, microeconomia e fatores políticos, sociais e tecnológicos, pois tudo isso impacta diretamente o retorno dos investimentos.
RECESSÃO GLOBAL
Ribeiro aponta que o mercado financeiro tem prestado muita atenção sobre qual será a escalada desta guerra, se ela realmente ampliará territórios como o Líbano, a Cisjordânia, o próprio Irã (que já anunciou seu apoio ao conflito) e o Egito. Se isso de fato acontecer, diz ele, sem sombra de dúvidas, a recessão econômica global se tornará ainda mais aguda, afetando diretamente o mercado energético mundial. “Esse é um desdobramento muito crítico, uma vez que praticamente tudo o que usamos hoje depende do petróleo”.
É possível imaginar, comenta, que esse conflito também possa vir a tirar a hegemonia dos EUA como a grande potência do mundo, uma vez que, analisa, o momento atual é de política contracionista, com a possibilidade de aumento das taxas de juros nos Estados Unidos para conter a inflação. “O aumento do preço do petróleo afeta diretamente todos os negócios, não apenas nos EUA, mas em todo o mundo, e certamente trará uma aceleração. A instabilidade na região pode levar a um aumento nos preços do petróleo, o que, em uma reação em cadeia, resulta em um aumento na inflação”.
Foto Divulgação
Economista Rodney Ribeiro avalia como conflito deve impactar a economia do país
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