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Vacina brasileira promete tratar dependência de cocaína e crack

A Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais anunciou recentemente o repasse de R$ 10 milhões em recursos para investimento nos estudos da Calixcoca, vacina terapêutica para o tratamento da dependência em cocaína e crack desenvolvida na UFMG. Coordenada pelo professor Frederico Duarte Garcia, do Departamento de Saúde Mental da Faculdade de Medicina, a iniciativa trata de formulação terapêutica inovadora com grande potencial no tratamento da dependência das duas drogas.

 

Para o professor Frederico, a vacina possibilita que os pacientes com dependência possam se reinserir socialmente. “Esse é um problema prevalente, vulnerabilizante e sem tratamento específico. Os nossos estudos pré-clínicos comprovam a segurança e eficácia do imunizante nessa aplicação. Ela aporta uma solução que propicia aos pacientes com dependência voltar a realizar seus sonhos”, diz.

 

Apesar dos potenciais benefícios, Frederico Garcia ressalta que a vacina anticocaína não deve ser vista como solução única para o complexo problema das drogas. “Em um campo em que ainda não existem medicamentos para tratar as pessoas, ela aparece como recurso que poderá ser associado ao tratamento psicológico e outras medidas”, diz Garcia.

 

A vacina poderá ter efeito especialmente positivo para alguns grupos, como as mulheres grávidas que nem sempre conseguem interromper o uso da droga durante a gestação. “Nelas, a vacina funcionaria como um escudo, impedindo que a substância chegasse ao feto”, explica o professor Ângelo de Fátima.

 

A iniciativa da Calixcoca já teve a fase de testes pré-clínicos concluída. A reitora Sandra Goulart destacou o importante aporte do governo de Minas anunciado pelo secretário Fábio Baccheretti. “A UFMG tem se tornado um polo de vacinação, de estudos de desenvolvimento de vacinas, e isso nos enche de orgulho. A Calixcoca é uma vacina sintética, ou seja, produzida sem agentes biológicos, com materiais químicos, e a proposta dela é atuar justamente contra a dependência em cocaína e crack. O imunizante já demonstrou resultados expressivos até agora e nós estávamos justamente à procura de apoio e financiamento para que a gente possa seguir para a fase de testes clínicos, como ocorreu com a nossa SpiN-TEC”, afirmou.

 

Com informações da UFMG.

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