Lula fala em integração e moeda na América do Sul
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) afirmou que os líderes de toda a América do Sul, reunidos ontem, em Brasília, deverão apresentar em 120 dias um "mapa do caminho da integração" da região. A fórmula de cooperação na América do Sul é um desafio frente às divergências ideológicas locais. Enquanto presidentes de esquerda, como Lula, defendem a reativação da Unasul, figuras mais à direita resistem ao plano. Em discurso de abertura na cúpula, Lula garantiu que a integração será feita com respeito às diferenças.
"Julgo essencial a criação de um grupo de alto nível, a ser integrado por representantes pessoais de cada presidente, para dar seguimento ao trabalho de reflexão. Com base no que decidamos hoje, esse grupo terá 120 dias para apresentar um mapa do caminho para a integração da América do Sul", declarou o presidente brasileiro.
Lula se disse "pessoalmente convencido da necessidade de um foro que nos permita discutir com fluidez e regularidade" os problemas da região e a integração para evitar que a América do Sul passe mais 500 anos na periferia do mundo. "A política não é destino, mas construção humana sobre condições históricas dadas. A integração será feita no respeito à diferença, porque não há mais espaço para a homogeneidade da submissão", acrescentou.
Em campanha por uma moeda comum para transações comerciais que reduza a dependência do dólar na América do Sul, ele afirmou que a identidade regional precisa ser aprofundada na área monetária. "Sem prejuízo de outras propostas que discutiremos ao longo do dia de hoje, sugiro à consideração de vocês as seguintes iniciativas: colocar a poupança regional a serviço do desenvolvimento econômico e social, mobilizando os bancos de desenvolvimento como a CAF, o Fonplata, o Banco do Sul e o BNDES", declarou o presidente do Brasil, elencando itens. "Aprofundar nossa identidade sul-americana também na área monetária, mediante mecanismo de compensação mais eficientes e a criação de uma unidade de referência comum para o comércio, reduzindo a dependência de moedas extrarregionais", acrescentou.
Com informações da Agência Estado
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