
Ataques em escolas já mataram 40 alunos e professores no Brasil
O ataque a uma creche de Blumenau na manhã de ontem em Santa Catarina, aumentou para ao menos 40 o número de alunos e professores mortos em atentados a escolas desde o início dos anos 2000. Ao menos 18 casos do tipo foram registrados no período, totalizando mais de 70 feridos. O levantamento é parte de um relatório apresentado pelo governo federal. Não foram identificados casos ocorridos antes de 2002, quando um estudante de 17 anos disparou dentro de uma sala de aula em Salvador.
Até 2022, ocorreram 16 ataques a escolas no Brasil, com 35 mortos e 72 feridos. Somente no segundo semestre do ano passado, foram registrados quatro casos. Nos Estados Unidos, onde o número de casos é o maior do mundo, foram 554 vítimas ao todo, 185 mortos e 369 feridos em ataques violentos à escolas.
O ataque em Blumenau envolveu um homem de 25 anos. Ele atacou as vítimas após pular um muro, deixando ao menos quatro crianças mortas, de 5 a 7 anos. Outras crianças ficaram feridas. O agressor levava uma machadinha e uma faca e, após fugir do local do crime, se apresentou à Polícia Militar. Ele foi preso e encaminhado à Polícia Civil.
Outro caso recente ocorreu em 27 de março, na cidade de São Paulo. A professora Elisabeth Tenreiro, de 71 anos, foi esfaqueada por um aluno de 13 anos de uma escola estadual na Vila Sônia, na zona oeste da capital. Outros três docentes e um estudante também foram feridos.
Pouco tempo depois de saber da tragédia em Blumenau, o governo federal começou a articular uma resposta. O presidente Lula convocou ministros para implementar medidas de apoio aos estados, municípios, escolas privadas e suas comunidades. Além disso, o Ministério da Educação deve criar um grupo de trabalho que vai elaborar uma política nacional de combate à violência nas escolas. E o ministro Camilo Santana entrou em contato com o governo de Santa Catarina para acompanhar de perto o caso.
“Recebemos chocados a informação do ataque a uma creche em Santa Catarina, vitimando crianças indefesas e provocando uma dor imensurável às famílias e angústia à população. Minha solidariedade a todos diante dessa tragédia, que comove o país”, disse o ministro da Educação.
“Não há dor maior que a de uma família que perde seus filhos ou netos, ainda mais em um ato de violência contra crianças inocentes e indefesas. Meus sentimentos e preces para as famílias das vítimas e comunidade de Blumenau diante da monstruosidade ocorrida na creche Bom Pastor”, afirmou Lula pelo Twitter. “Para qualquer ser humano que tenha o sentimento cristão, uma tragédia como essa é inaceitável, um comportamento, um ato absurdo de ódio e covardia como esse”, completou o presidente.
CAMPANHA NA IMPRENSA
Alguns veículos de imprensa no Brasil (assim como esta edição da Gazeta), decidiram não publicar foto, nome ou outras informações sobre o autor do ataque na creche. “Pesquisas mostram que essa exposição pode levar a um efeito de contágio, de valorização e de estímulo do ato de violência em indivíduos e comunidades de ódio, o que resulta em novos casos. A visibilidade dos agressores é considerada como um “troféu” dentro dessas redes”, disse o Estadão. Outros veículos de comunicação também vêm adotando a mesma decisão.
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