‘É fundamental ressaltar que não há idade para buscar conhecimento’
Diretor acadêmico comenta que troca de experiências é positiva e não deve ser alvo de preconceito como ocorreu em Bauru
Em uma sociedade que busca, cada vez mais, renovar seu conhecimento diante das novas tecnologias e oportunidades, o caso envolvendo estudantes que caçoaram de uma aluna de 44 anos, em uma instituição de ensino de Bauru, reacendeu a discussão sobre preconceito relacionado à idade, conhecido como etarismo.
Para o diretor acadêmico das Faculdades Integradas Einstein Limeira, Pedro Zaros, é fundamental ressaltar que não há idade para buscar conhecimento. Ele reforça ainda a importância da troca de experiência entre pessoas diferentes perfis.
Segundo Zaros, em Limeira, há uma porcentagem importante de pessoas que buscam o ensino superior com idades como 30, 40 anos, ou mais. “Não há limites para buscar conhecimento que é infinito. Temos muito prazer em receber pessoas de diferentes idades, classes sociais, profissões e buscamos criar um ambiente acolhedor que promova o aprendizado. Por exemplo, um pedreiro e que tem o desejo de ser um engenheiro, não importa a idade, ele será muito bem recebido e devemos ter orgulho em apoiar”, cita.
O caso de Bauru tomou repercussão nacional diante dos equívocos que demonstraram o preconceito. Na ocasião, três estudantes fizeram um vídeo onde caçoaram de uma aluna da mesma sala. Segundo a fala das alunas, a mulher, de 44 anos, deveria estar aposentada.
Para Zaros, a situação demonstra uma inversão de valores que, muitas vezes, permeia a sociedade. “A troca de experiência é algo que deve ser valorizado e não alvo de preconceito. Pessoas mais maduras buscam, cada vez mais, novos conhecimentos e evolução profissional e isso é muito positivo”, finaliza.
Deputado Murilo Félix encaminha ofício
em que questiona ações da instituição
O deputado estadual Murilo Félix, que integra a comissão de Educação da Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo (Alesp) encaminhou ofício à universidade onde ocorreu o episódio envolvendo o preconceito com a estudante de 44 anos. Ele relata que os pensamentos das estudantes que discriminaram a colega de sala causam grande preocupação à sociedade
O objetivo do ofício é questionar quais providências serão tomadas com relação ao caso de etarismo. “O caso teve repercussão nacional, mas na nota da instituição enviada à imprensa não havia menção a nenhum tipo de punição às alunas que proferiram falas, com base em estereótipos, sobre a aluna de 44 anos”, declara o deputado.
Murilo embasa ainda o questionamento em trecho de reportagem do Estadão em que a psicóloga especialista em emoções, Luana Ganzert, explica que os prejuízos o etarismo são inúmeros, mas as principais consequências são emocionais, entre eles, sentimentos de invalidez, baixa autoestima, tristeza e até mesmo sintomas ansiosos e depressivos dependendo da maneira como a vítima internaliza a ofensa.
Por meio de redes sociais, o deputado ainda ressalta que “é preciso incentivar que as pessoas estudem independentemente da idade. Como membro da comissão de Educação, requisito quais medidas estão sendo tomadas. Essas medidas devem servir de exemplo para que todos os alunos valorizem os estudantes mais velhos”, finaliza. (Cintia Ferreira)
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