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Estudantes criam absorvente biodegradável de baixo custo

Duas estudantes do último ano de ensino médio do Instituto Federal do Rio Grande do Sul, criaram um absorvente composto por fibras vegetais para substituição do algodão. Além de ecológico, o produto tem condições de comercialização à R$ 0,02 por unidade. 

Laura Nedel Drebes, 19 anos, e Camily Pereira dos Santos, 18 anos, criaram um absorvente com um preço muito mais acessível do que o convencional. A ideia desse projeto surgiu quando uma das alunas soube que a própria mãe não teve acesso a absorventes na adolescência e precisava assim, recorrer para outros métodos durante o ciclo menstrual. 

O intuito do projeto das gaúchas, é ajudar mulheres em situações de vulnerabilidade, sendo essa uma alternativa sustentável, ecológica e com um valor acessível para todas. O protótipo foi desenvolvido com menos algodão, o qual foi trocado por dois resíduos da agroindústria: fibras da bananeira e do açaí. O algodão da camada absorvente foi substituído, e nos testes de capacidade foi apontada uma eficiência de 60% maior do que os absorventes já comercializados. 

Segundo uma pesquisa feita pelo Reciclasampa, um absorvente demora 400 anos para se decompor na natureza, já que leva em sua composição plásticos e aditivos químicos. O absorvente convencional foi criado em 1894, há apenas 128 anos, podendo-se dizer que o primeiro absorvente usado por uma mulher ainda continua na natureza. 

O absorvente foi destaque na 20ª edição da Feira Brasileira de Ciências e Engenharia (Febrace), em março, e ganhou a medalha de ouro na Genius Olypiad, feira de ciência americana em Nova Iorque. Únicas representantes do Rio Grande do Sul e também de Institutos Federais, as jovens cientistas evidenciam a satisfação de participar do Prêmio e a responsabilidade de representar o país, o IFRS e Osório na etapa mundial. “Tudo isso representa muito mais que um prêmio. É resultado de todo esforço e dedicação que vivenciamos no desenvolvimento do projeto. Receber esse reconhecimento ao mesmo tempo em que me engajo com uma causa tão importante para a saúde e qualidade de vida das mulheres é enriquecedor”, disse Camily.    

Laura diz que se sente honrada e emocionada com o reconhecimento. “O sentimento de orgulho em poder levar a ciência jovem feminina brasileira é espetacular. Nossa pesquisa, o SustainPads, que começou para atender a uma demanda dentro da nossa comunidade, e agora conquistou mais um lugar no mundo. Vivemos dias incríveis no Rio, criando novos laços. Contamos sobre a nossa pesquisa e voltamos para Osório com a alegria de que vamos levar o nome do nosso IFRS para o mundo. Faremos nosso melhor e aproveitaremos essa oportunidade maravilhosa com a qual fomos agraciadas”, observa a estudante. 

Para a professora Flávia, ter o IFRS representando o Brasil no prêmio Jovem da água de Estocolmo na Suécia é tão gratificante quanto os resultados obtidos pelo projeto, que trata de um tema de extrema importância: “É extraordinário! Foi desafiador ter desenvolvido esse trabalho com meninas cientistas que durante a pandemia saíram de sua zona de conforto e buscaram uma alternativa sustentável e economicamente viável para um problema que atinge uma em cada quatro mulheres brasileiras. Apesar de trabalharmos com poucos recursos, conseguimos mostrar que a educação e a ciência são um caminho possível”, disse a professora em entrevista para a IFRS.

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