Carta pela Democracia é lida em ato na Faculdade de Direito da USP
O prédio histórico da Faculdade de Direito da USP recebeu, ontem, representantes de todas as áreas da sociedade civil, jornalistas, estudantes, professores, empresários e outros profissionais, para a leitura da “Carta às Brasileiras e aos Brasileiros – Estado Democrático de Direito Sempre”.
No evento, transmitido por emissoras de rádio e de televisão, pelo canal do YouTube da FDUSP, as professoras Eunice Prudente, Ana Elisa Liberatore Bechara e Maria Paula Dallari e o jurista Flávio Bierrenbach leram o documento, que está perto de alcançar a marca de 1 milhão de signatários, enquanto a plateia acompanhava o ato dentro e fora do edifício.
Neste ato, a primeira fala coube a presidente do Centro Acadêmico XI de Agosto, Manuela Morais. “Não há dúvidas do marco histórico que a presença de cada um aqui representa. Como a primeira entidade estudantil fundada no Brasil, consideramos que era preferível que não houvesse, após 45 anos, a necessidade de uma nova Carta aos Brasileiros”, disse.
A leitura do Manifesto em Defesa da Democracia e da Justiça, articulada pela Federação da Indústria do Estado de São Paulo, com 107 entidades foi feita no Salão Nobre. O ex-ministro da Justiça, José Carlos Dias leu o texto do primeiro ato, destacando a união de empresários e trabalhadores em defesa da democracia. “Hoje é um momento inédito em que capital e trabalho se unem em defesa da democracia”, ressaltou.
Os trabalhos no Salão Nobre foram abertos pelo Reitor da Universidade de São Paulo, Carlos Gilberto Carlotti. “Estamos aqui para defender a legislação eleitoral, a justiça eleitoral e o sistema eleitoral, com as urnas eletrônicas. Que a vontade do povo brasileiro seja respeitada e seja soberana”, disse.
Celso Fernandes Campilongo, diretor da Faculdade de Direito da USP, lembrou a movimentação em torno da defesa da democracia e fez aproveitou para homenagear o professor Sênior da FDUSP José Afonso da Silva. “Em nome de todas as pessoas quero fazer uma homenagem muito singela a um dos maiores professores e constitucionalista do Brasil. Alguém que sabe muito bem o que é o sistema eleitoral, quais são as instituições que regulamentam, finalizam e tem competência para declarar quem venceu as eleições, alguém que conhece bem o sistema eleitoral brasileiro”, disse.
Bolsonaro tacha atos como iniciativa da oposição
O governo Jair Bolsonaro e a campanha à reeleição do presidente buscaram minimizar os atos em defesa da democracia. "Hoje [ontem], aconteceu um ato muito importante em prol do Brasil e de grande relevância para o povo brasileiro: a Petrobras reduziu, mais uma vez, o preço do diesel", escreveu o presidente nas redes sociais, após meses de alta nos combustíveis, que elevaram a inflação.
"A redução representa queda de R$ 0,22 por litro. O presente mês acumula redução de R$ 0,42 por litro de diesel. Já estamos entre os países com o menor preço médio de combustíveis do mundo, no cenário atual", comparou. Bolsonaro optou, por enquanto, por ignorar o tema em público, depois de dizer que não assinaria a "cartinha".
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