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Filmes e livros ajudam a entender a depressão, que cresce entre brasileiros

Pesquisa do Ministério da Saúde aponta que 11,3% da população brasileiras enfrentam um quadro de depressão. O número representa mais do que o dobro da média mundial, que é de 5%. Entender os sinais da depressão e, em seguida, buscar ajuda de profissionais da Saúde são fundamentais. Até mesmo filmes e livros que abordam o tema são importantes.

"As causas da depressão são multifatoriais", explica Mírian de Oliveira Primon dos Santos, psicóloga do Sistema Hapvida. Há fatores genéticos, transtornos hormonais, episódios de estresse, lutos e perdas. "Com o tratamento adequado, a pessoa consegue sair da crise e voltar a ter uma vida funcional", afirma.

Houve um crescimento nos casos após a pandemia, com maior incidência entre mulheres. Porém, parte do público masculino resiste à ajuda por se achar "mais forte e racional". "Isso pode ser um engano. Mesmo que as percepções sejam diferentes, não podemos desconsiderar o sofrimento provocado", afirma a psicóloga.

Sintomas em adultos

A pesquisa mostra que indivíduos de 55 a 64 anos são os mais afetados. "As mudanças vivenciadas nesse período da vida podem ser sentidas de maneira mais negativa e/ou limitante. Por exemplo, a aposentadoria, limitações físicas, perdas de familiares ou amigos", conta Mírian.

Os sintomas entre os adultos envolvem alterações no peso corporal, perda da qualidade do sono, baixa autoestima e redução da libido.

Já os pais devem estar atentos à saúde emocional de seus filhos. Na infância, a falta de vontade para brincar, fazer xixi na cama e dificuldades no aprendizado sinalizam, em parte dos casos, depressão, e não birra ou timidez. "Se esses sintomas permanecerem por mais de duas semanas, é melhor ir ao pediatra ou ao psiquiatra infantil", aconselha.

A Intensidade e as causas desses sintomas também sinalizam o momento em que as pessoas, de qualquer faixa etária, devem buscar um profissional. "Muitas vezes, o diagnóstico é difícil. Na perda de um ente querido, por exemplo, luto, tristeza e depressão podem se embaralhar. Mas a tristeza é um sentimento relacionado a um motivo, e a depressão é uma doença", explica.

O aumento do consumo de bebidas alcoólicas e de drogas lícitas precisa de avaliação. Nos dias atuais, outra ameaça é o excesso de informação – especialmente entre adolescentes. "Quanto mais tempo os adolescentes passam nas redes sociais, maiores são as chances de desenvolver depressão e ansiedade", diz a especialista. O diagnóstico de um profissional indicará psicoterapia e, em parte dos casos, medicamentos.

Alimentação, livros e filmes

Alimentos antidepressivos, em porções, também são indicados. A lista inclui: hortaliças verde-escuras (espinafre, brócolis e alface); frutas (laranja, melancia, abacate, mamão, banana e limão); mel; batata-doce, feijão, pão integral e o arroz integral; castanha-do-pará; aveia; peixes; e soja.

Conforme Mírian, a família e a rede de apoio são fundamentais. Evite usar frases como "'Depressão é frescura" e "é falta de ocupação". Ouvir a pessoa e indicar ajuda especializada contribuem para o paciente.

Entre livros e filmes, Mírian recomenda a leitura de "Mentes depressivas: As três dimensões da doença do século", de Ana Beatriz Barbosa; e os filmes "Pequena Miss Sunshine"; "Ela"; "Foi Apenas um Sonho"; "As Faces de Helen"; "Cake – Uma Razão para Viver"; "As Horas"; e "Se Enlouquecer não se Apaixone".

 

Mírian de Oliveira Primon dos Santos

Psicóloga do Sistema Hapvida

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