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Em pesquisa, 98% dos farmacêuticos apontam falta de remédios

Um levantamento do Conselho Regional de Farmácia do Estado de São Paulo, apontou que 98,52% dos farmacêuticos que responderam ao questionário sofrem com o desabastecimento de medicamentos. Em pesquisa realizada pela Gazeta, alguns estabelecimentos em Limeira também já sofrem com a falta de remédios. Antibióticos amoxicilina e azitromicina são os que mais estão em falta, seguidos por acetilcisteína, ambroxol, dipirona, dexclofeniramina, loratadina e ibuprofeno, respectivamente.  

Os profissionais participantes da pesquisa do CRF-SP, tanto os que atuam no setor público quanto os que estão no setor privado, apontaram a escassez de mercado, a alta demanda não esperada, falha do fornecedor e preço alto impraticável como motivos para a falta de determinados medicamentos. Em Limeira, a falta de alguns medicamentos antigripais, de uso pediátrico e principalmente antibióticos foi constatado em pesquisa feita pela reportagem da Gazeta. “Tentei comprar Clavulin essa semana e tive muita dificuldade em encontrar. Fui em quatro farmácias até conseguir”, disse a gerente de uma loja de roupas, Gabriela Gava.

O levantamento do conselho regional apontou ainda que situações como a guerra na Ucrânia e o lockdown na China geraram problemas logísticos para o atendimento das demandas de insumos e medicamentos.  Entre os 1.152 farmacêuticos que responderam à pesquisa, 1.135 relataram enfrentar o problema de desabastecimento de medicamentos nas unidades em que atuam.

Do total, 93,49% dos participantes relataram sofrer com a falta de antimicrobianos (entre os mais citados amoxicilina e azitromicina); 76,56% com a falta de medicamentos mucolíticos (entre os mais citados acetilcisteína e ambroxol); 68,66% com a falta de medicamentos anti-histamínicos (entre os mais citados dexclorfeniramina e loratadina); 60,59% com a falta de medicamentos analgésicos (entre os mais citados Dipirona, ibuprofeno e paracetamol) e 37,15% relataram a falta de outras classes.

Segundo o Dr. Marcelo Polacow, presidente do CRF-SP, as crianças são as que mais têm sofrido com o desabastecimento. “Os relatos mostraram que os medicamentos em falta são principalmente em suas formulações líquidas, o que prejudica em especial, a população pediátrica, já que a maioria dos medicamentos para esse público é na forma líquida por serem mais fáceis de administrar”.

O CRF-SP alerta que o farmacêutico não deve modificar a prescrição de médicos e dentistas, por exemplo. Em caso de falta de medicamentos, o farmacêutico pode entrar em contato com o prescritor para indicar possíveis alternativas terapêuticas para uma nova prescrição ou orientar o paciente a solicitar a mudança com o profissional prescritor.

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