Preço da gasolina faz número de habilitações para moto crescer 65%
As motocicletas têm sido uma boa saída para quem quer fugir dos altos preços dos combustíveis e do trânsito. Levantamento exclusivo do Departamento Estadual de Trânsito de São Paulo (Detran.SP) indica que o número de primeiras habilitações para categoria A (moto) emitidas em março deste ano cresceu 64,7%, se comparado com o mês de fevereiro. Foram 2.002, contra 1.214 no mês passado. Esse é o maior número registrado desde janeiro de 2020, quando 2.104 habilitações foram emitidas. Só em Limeira foram emitidas 27 habilitações na categoria A contra 11 no mesmo período do ano passado.
Esse crescimento em março coincide com a alta no valor da gasolina, que aumentou 6,9% no período, e atualmente está, em média, na casa dos R$ 7,32 por litro, segundo levantamento do Índice de Preços Ticket Log, empresa de gestão de frotas que monitora os preços de 21 mil postos do país. Até agora, este é o preço mais alto pago no litro da gasolina pelos brasileiros em 2022. Em janeiro e fevereiro, o gasto médio dos motoristas era, respectivamente, de R$ 6,908 e R$ 6,880 por litro.
Assim, os veículos de duas rodas são opções interessantes para quem procura gastar menos com gasolina. Com apenas um litro de combustível, motos, scooters e motonetas podem rodar até 50 km. Um carro popular dentro das melhores condições circula em média de 14 a 19 km/l com a mesma quantidade do combustível.
"A alta reflete a busca por um combustível mais econômico. Os números mostram que a troca do carro pela moto é uma das alternativas encontradas para condutores que circulam constantemente. Mas é muito importante que todos os cidadãos façam todo o processo de habilitação de forma correta, nas autoescolas credenciadas pelo Detran.SP”, destaca Neto Mascellani, diretor-presidente do Detran.SP.
O presidente do Sindautoescola.SP, José Guedes Pereira, acredita que, além da alta do combustível, esse aumento tem relação com o desemprego causado pela pandemia." Em março, o principal fator pelo aumento foi a alta dos combustíveis, pois rodar de motocicleta gera um melhor custo para quem trabalha com o veículo. Mas, durante a pandemia, a procura deu sinais de evolução, pois muitas pessoas que perderam ou tiveram o salário reduzido viram o veículo de duas rodas como uma ferramenta para fonte de renda", destaca Guedes.
Para quem precisa realizar o processo de habilitação na categoria A, 2.748 autoescolas estão credenciadas pelo Detran.SP no Estado de São Paulo. A legislação prevê que o cidadão realize o exame médico,psicológico (psicotécnico) e 45 horas de curso teórico. Ao final, o aluno realiza o exame teórico. Após concluir esse processo, são mais 20 horas de aulas práticas de direção veicular. E, por fim, o teste prático. Para mais informações, o Departamento de Trânsito traz o passo a passo completo pelo site (www.detran.sp.gov.br).
Motociclistas destacam facilidade no deslocamento
Por conta do trânsito das grandes cidades, muitos motoristas optam pela motocicleta, pois, além da economia, elas possuem dimensões menores e com isso, rodam com maior rapidez quando comparadas a um automóvel.
"Rodar de moto é melhor no trânsito, pois elas são menores e mais ágeis. O condutor não precisa pagar estacionamento também, como com um carro, por exemplo", explica Gilberto Almeida dos Santos, o Gil, presidente do SindimotoSP e da Febramoto.
O administrador de empresas Marcos Bueno, de 57 anos, é um desses condutores que optou pela moto mesmo com um carro na garagem. Ele utiliza a motocicleta no dia a dia para se deslocar de casa ao trabalho. Bueno roda 220 km semanalmente. São 44km diários. " Se eu fosse trabalhar com o carro, eu gastaria 2h30 por dia no trânsito. De moto, são 40 minutos", afirma.
Além do tempo, a economia no combustível também é enorme. Com a motocicleta, o administrador de empresas gasta 1,5 litro/dia de combustível. " Se eu utilizasse o carro, seriam 6 litros. Assim, uso o meu automóvel somente para viajar com a família ou para percursos mais curtos, como uma ida ao mercado ou ao shopping", completa.
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